Em “A Mulher do Fim do Mundo” (2015) o clima era de apocalipse. Elza Soares gritava em sua voz rasgada que cantaria até o fim, como se despedisse do seus ouvintes. No fim do mundo, porém, ela encontrou um recomeço. A cantora octogenária conquistou a crítica e o público, foi multipremiada e como a fênix que foi tantas vezes em sua carreira volta a ressurgir, pegando fogo, em “Deus é Mulher”, que ela lançou no fim de maio.
O disco prova que Elza não quer ficar no pedestal de diva, e sim descer à realidade do povo, cantando suas próprias bandeiras com indignação. “Minha voz, uso para dizer o que se cala/ O meu país é meu lugar de fala”, canta ela em “O que se Cala”, canção que abre o álbum.
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“Acho que o público estava esperando alguém que gritasse por eles. Eu gritei por eles”, diz a cantora no webdocumentário sobre a produção do disco.
Gravado pela Deck Discos, “Deus É Mulher” tem produção de Guilherme Kastrup e coprodução de Romulo Fróes.
As 11 faixas inéditas expõem com crueza o Brasil atual pela visão de um timaço de jovens compositores – Tulipa Ruiz, Pedro Luís, Alice Coutinho, Rodrigo Campos e Edgar – o rapper é a única voz que se ouve além da de Elza no disco, em uma colaboração para a genial e polêmica “Exu nas Escolas”, uma defesa da aceitação de religiões de matrizes africanas.
Merece destaque também a faixa de Tulipa Ruiz, “Banho”, que mistura o tema dos orixás com outro dos eixos do álbum, a força da mulher. Também se destacam “Dentro de Cada Um” (Pedro Loureiro/Luciano Mello), o frevo divertido “Eu quero comer você” e a dançante “Língua Solta” – ambas de Kastrup e Fróes que defendem a liberdade sexual da mulher.
Outro destaque é “Deus Há de Ser”, de autoria de Pedro Luís, uma das melhores faixas do álbum.