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Atores de 13 Reasons Why falam sobre aprendizados da segunda temporada da série

Depois de um primeiro ano de sucesso, que rendeu um longo debate sobre temas delicados como suicídio, assédio e bullying, a série «13 Reasons Why» estreia sua segunda temporada nesta sexta-feira (18), na Netflix. Na nova trama, os personagens citados por Hannah Baker (Katherine Langford) nas fitas cassetes deixadas após sua morte terão de lidar com as consequências de suas ações e enfrentar um julgamento por conta do processo iniciado por Olivia Baker (Kate Walsh), mãe da adolescente, para tentar provar que ela se suicidou por conta dos diversos abusos sofridos no local.

Para divulgar os novos episódios, os atores Alisha Boe, Christian Navarro e Brandon Flynn estiveram no Brasil na semana passada participando de alguns eventos. Intérpretes dos jovens Jessica Davis, Tony Padilla e Justin Foley, respectivamente, eles conversaram com o Metro Jornal sobre o seriado. Confira a entrevista.

Com a criação de movimentos sociais como o #MeToo, os temas discutidos pela série parecem ainda mais relevantes agora. Vocês acham que a segunda temporada tem a ver com isso? Ela vai continuar tendo essa importância para inspirar conversas?
Brandon: Para mim tem muita importância sim porque todos os dias íamos trabalhar e era como se tivessem espelhos com o mundo real por conta de tudo que estava e ainda está acontecendo. É uma grande honra para nós falar sobre todos esses assuntos.

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Você três estiveram na Comic Con Recife em abril de 2017 e comentaram sobre as expectativas de seus personagens. Elas se concretizaram?
Todos: Sim e não [risos].

Brandon: Para mim foi muito legal poder continuar contando a jornada do Justin. É um exercício de descoberta, pois agora podemos ver como ele está lidando com as situações e isso mostra que tipo de pessoa ele é, que tipo de homem ele é.

Antes de saber que iam voltar para o segundo ano, vocês aprovaram a ideia de continuar contando essa história ou ficaram surpresos em poder abordar mais?
Alisha: Fiquei aliviada porque tinha tanto ainda a ser contado. Na primeira temporada nós vimos o lado da história na visão da Hannah e agora podemos ver as visões dos outros personagens, e tem tanto a ser contado sobre eles. Agora nós conhecemos o coração de cada um deles, o que os motiva, suas famílias. Faço parte do programa, mas também sou uma fã da história e conforme fui vendo os scripts, fui ficando empolgada em como tudo ia acontecer e isso foi muito legal.

Os personagens de «13 Reasons Why» são muito malvados. Como foi lidar com isso antes e agora rever tudo de outro ângulo?
Brandon: Acho que uma coisa que percebemos é que todos podem ser malvados. As pessoas não necessariamente acham que são ruins, mas acabam sendo. Isso pode até acontecer com gente que conhecemos e que achamos tão doces, mas que talvez já tenham feito coisas ruins. É essa parte viva que mexe com todo mundo. E as pessoas no fundo têm intenções boas, mesmo que elas não funcionem.

Alisha: Não acho que as pessoas são puramente malvadas. Elas cometem erros, especialmente quando são novas, e a série mostra isso.

Vocês passaram por algumas cenas muito pesadas, especialmente a Alisha. Há algum suporte psicológico para os atores na série?
Brandon: Nós temos um ao outro. Nós conversamos muito. Quanto trabalhamos com isso nós nos colocamos física e mentalmente dentro do set. Não dá pra só fazer e ir embora, por isso é bom ter com quem conversar. Nós atores temos de fazer terapia porque isso nos ajuda.

Alisha: Esse é o meu primeiro grande papel e eu achava que podia levar meu personagem para casa e ficar bem, mas depois da primeira temporada tudo aquilo que vivi como a Jessica ficou comigo por algum tempo. Não é só terminar e ir embora e voltar para o mundo real. Eu ainda estou aprendendo com as coisas dessa nova temporada. Ela fala muito sobre cuidar de si mesmo e isso foi muito importante porque nós filmamos por sete meses durante o ano, 12 horas por dia e muitos de nós estavam foram de suas cidades, então é muito necessário cuidar de você. Ir para a academia, cozinhar, ler um livro. Pequenas coisas, mas que ajudam muito nesse processo.

Christian: eu tenho um cachorro [risos].

Alisha: Todos nós arrumamos cachorros durante a filmagem [risos].

Brandon: É uma grande responsabilidade vivermos esses personagens. Eles são tão jovens e nós também. Há um grande reflexo em quem somos. É sobre se ajustar a tudo.

Christian: Sim. Em um programa como esse, nossa responsabilidade não termina quando acabam as filmagens. Nós estaremos sempre representando essa história.

No início das temporadas, parte do elenco participa do alerta que fala onde as pessoas podem buscar ajuda caso estejam passando por algum problema, indicando organizações preparadas para ajudar que funcionam em vários países. O que acham disso?
Alisha: É muito importante. Nós sabíamos que seria necessário porque precisávamos informar nosso público para que eles pudessem decidir se iriam assistir ou não. É uma série, é entretenimento, mas é algo que afeta as pessoas profundamente.

Christian: A série nunca foi só sobre suicídio. Eu diria que é sobre o que acontece depois disso, como afeta a vida das pessoas, como nos tornamos pessoas por causa disso. Quando você tem um programa que fala sobre problemas sociais como esse, é natural que você faça alertas para continue falando sobre eles e sobre a perda e tudo mais que está envolvido.

Recentemente vimos o início do julgamento do comediante Bill Cosby [acusado de abuso sexual] e também o julgamento do treinador que abusava de várias atletas da ginástica olímpica americana. Acham que isso tem um pouco a ver com a série e seu julgamento agora na segunda temporada?
Alisha: Completamente. Tem sido muito importante acompanhar esses julgamentos e ver os juízes ouvindo os sobreviventes e os criminosos pagando pelo que fizeram. É muito bom ver isso mudando, ver as pessoas acreditando nos sobreviventes e não os culpando.

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