Entretenimento

Casamento real: Como Meghan Markle se preparou para a transição de atriz a integrante da monarquia

Atriz americana se batizou na Igreja Anglicana, teve aulas de etiqueta e de expressões britânicas e acompanhou o noivo e os cunhados em eventos oficiais.

Nos últimos cinco meses, a americana Meghan Markle fez um «curso intensivo» de família real britânica para poder se casar com o príncipe Harry, sexto na linha de sucessão ao trono. A cerimônia será neste sábado, 19.

Segundo a imprensa, Meghan estaria tendo aulas de etiqueta e de locução para aprender expressões inglesas e amenizar o sotaque americano.

Na entrevista que os noivos deram à BBC na sequência do anúncio do noivado, em 27 de novembro, Meghan – que integrava o elenco da série «Suites», da Netflix -, já avisava que estava deixando de lado sua carreira como atriz. Dali em diante, se dedicaria integralmente ao casamento – e às atividades ao lado do noivo.

Recomendados

  1. Casamento real: Por que a família real britânica desperta tanto interesse no mundo?
  2. Casamento real: novo capítulo de ‘novela Thomas Markle’ gera dúvidas sobre quem levará Meghan ao altar

«Eu não vejo isso como desistir de algo. Eu apenas vejo como uma mudança. É um novo capítulo. E tenha em mente que eu trabalhei nessa série por sete anos. Nós tivemos muita sorte de ter esse tempo de duração em uma série. Para mim, uma vez que atingimos a marca de 100 episódios, eu pensei ‘alcancei esta marca e me sinto muito orgulhosa do trabalho que fizemos, e agora é hora de trabalhar em equipe com [Harry]'», disse ela.

Em 1º de dezembro, três dias após o anúncio do noivado, a americana fez sua primeira aparição em público ao lado de Harry, naquele que seria o início de um tour a cidades do Reino Unido.

Os dois foram a um evento relacionado ao Dia Mundial de Luta Contra a Aids em Nottingham. Escolheram tons de roupa parecidos, na cor azul marinho, para que um não se destacasse mais que o outro.

Ali, ela já deu os primeiros sinais de que seu comportamento como atriz ficaria para trás e daria lugar ao de uma representante da monarquia britânica ao ter de negar uma selfie a uma mulher. «Desculpe, não somos autorizados a tirar selfies», disse Markle, segundo relato do jornal The Guardian.

Em 25 de dezembro, Meghan acompanhou toda a família do noivo, incluindo a rainha Elizabeth 2ª, à missa de Natal em Sandringham, no condado de Norfolk, onde eles também possuem uma casa. A atriz também escolheu um casaco de tom neutro, bege, e seguiu à risca o protocolo de usar chapéu para frequentar cerimônias religiosas.

Em janeiro, ela acompanhou Harry em uma viagem a Cardiff, no País de Gales.

‘Quarteto fabuloso’

Um mês depois, ela e Harry participaram pela primeira vez de um evento oficial da realeza ao lado do casal William e Kate Middleton. A imprensa local logo os apelidou de «quarteto fabuloso».

Os quatro participaram de um fórum que falava de projetos da Fundação Real, entidade beneficente ligada à Coroa.

Meghan e Kate escolheram vestidos da cor azul. As duas também exibiram a mesma maneira de sentar (cruzando os calcanhares, jamais as pernas) e de segurar as mãos sobre o colo, mostrando que Meghan já estava adotando a etiqueta da realeza.

Na ocasião, a atriz, conhecida por ser uma ativista feminista, falou do movimento mundial MeToo, contra o assédio. «As mulheres não precisam achar sua voz, elas já têm uma e precisam aprender a usar. O MeToo pode fazer muita diferença», declarou.

No mesmo mês, ela e Harry foram a Edimburgo, na Escócia.

No início de março a imprensa inglesa disse que Meghan finalmente foi batizada e confirmada na Igreja Anglicana pelo arcebispo Justin Welby numa cerimônia secreta, que contou com a presença do príncipe Charles. O Palácio de Kensington não confirmou nem desmentiu a informação – o batismo dela era necessário para o casamento religioso com o príncipe.

Logo após a veiculação dessa informação, a atriz participou de mais um evento oficial ao lado da rainha e de seus futuros sogros e cunhados. Todos foram à missa do Dia da Commonwealth (Comunidade das Nações, que tem 53 países integrantes e é presidida pela monarca britânica) na Abadia de Westminster, em Londres.

No mês passado, Meghan voltou brevemente aos Estados Unidos para cuidar dos papéis referentes ao seu pedido de visto para poder se casar no Reino Unido.

Personalidade

Americana, divorciada e feminista. Essas são algumas das características de Markle, 36 anos. Além da série Suits, ela também já participou das produções Fringe e CSI.

Formada em comunicação pela universidade americana de Northwestern, em Illinois, ela também manteve por três anos um blog de estilo de vida chamado The Tig, dedicado a assuntos femininos, e se engajou em campanhas por igualdade de gênero.

A atriz viveu anos em Toronto, no Canadá, mas nasceu e cresceu em Los Angeles, em um bairro conhecido como «a Beverly Hills negra».

Filha do diretor de fotografia Thomas Markle e da assistente social e instrutora de ioga Doria Ragland, que tem origem afroamericana, ela já relatou ter sofrido com o racismo diversas vezes.

Quando o namoro com Harry foi anunciado, ela foi alvo de ataques racistas na internet. Na ocasião, um porta-voz da família real emitiu um comunicado dizendo que Harry estava preocupado com a segurança dela, em um texto que também criticava a imprensa pela «onda de abuso e assédio».

Em um artigo para a revista Elle americana, Meghan disse como se orgulha de suas origens.

«Minha herança miscigenada, por um lado, já me colocou em uma zona cinzenta no que diz respeito à maneira como eu me identifico. Mas, por outro, ter um pé em cada lado dessa cerca me fez abraçar isso para dizer quem eu sou e de onde vim. Para expressar meu orgulho de ser uma mulher miscigenada forte e confiante.»

Divórcio e filantropia

Em 2011, Meghan se casou com o produtor de cinema Trevor Engelson, com quem havia namorado por sete anos. O casal se separou após dois anos de união.

A atriz também era conhecida no Canadá por seu trabalho filantrópico. Ela é embaixadora da ONG de ajuda humanitária World Vision no país.

A noiva de Harry também já viajou a Ruanda, na África, para ajudar uma organização que tenta melhorar as condições de acesso a água potável.

Como o casal se conheceu

Harry e Meghan se conheceram em Londres, em julho de 2016, por meio de amigos em comum.

Um dos melhores amigos dela, o canadense Markus Anderson, foi quem os apresentou. Ele é diretor do clube privado Soho House, que é frequentado pelo príncipe e diversos outros integrantes da elite inglesa.

Somente em outubro de 2016 o namoro dos dois foi revelado publicamente, em reportagem do jornal The Sunday Express.

Em novembro daquele ano, Harry confirmou o namoro por meio de um comunicado.

Na sequência, eles passaram os festejos natalinos juntos em Londres, onde foram vistos comprando uma árvore de Natal, e depois viajaram para passar o Ano-Novo na Noruega.

‘Louca por ele’

Meghan foi capa da revista americana Vanity Fair em outubro. A manchete: «Louca por Harry».

Em entrevista à publicação, ela revelou que o casal começou a namorar seis meses antes de tornarem pública a relação.

«Somos duas pessoas realmente felizes e apaixonadas», declarou. A atriz também afirmou que a história dos dois era só deles, e que isso a fazia especial. E disse «amar uma grande história de amor».

Ela também disse que não mudou nada em sua vida ou em sua personalidade por causa do namoro.

«Eu continuo a mesma pessoa, nunca definiria a mim mesma com base em uma relação.»

Ligação com a realeza

Após esmiuçar a árvore genealógica da família de Meghan, um historiador australiano descobriu que um ancestral do pai da atriz teve sua decapitação ordenada por um parente de Harry, o rei britânico Henry 8º.

A história foi revelada pelo jornal The Sunday Telegraph.

O parente de Meghan, um rico proprietário de terras chamado Lord Hussey, inicialmente nomeado cavaleiro por sua lealdade ao rei, foi depois considerado traidor e condenado à morte.

A versão original desta reportagem foi publicada em 27/11/2017

Tags

Últimas Notícias


Nós recomendamos