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Cannes: Spike Lee diz que filme sobre Ku Klux Klan foi grito de alerta aos EUA de Trump

REUTERS/Stephane Mahe

O filme de Spike Lee sobre a Ku Klux Klan pode se passar nos anos 1970, mas na verdade trata do racismo mortal que ainda prevalece nos Estados Unidos, disse o diretor nesta terça-feira no Festival Internacional de Cinema de Cannes.

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“BlacKkKlansman”, baseado na história verídica de Ron Stallworth, policial negro que se infiltrou na filial da KKK da cidade de Colorado Springs, é estrelado por John David Washington, filho de Denzel Washington, e Adam Driver, que interpreta o policial branco que o ajuda com o subterfúgio.

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No final do filme, a comédia satírica dá lugar a cenas do noticiário sobre a manifestação de extrema-direita em Charlottesville, no Estado da Virgínia, em agosto, na qual a manifestante opositora Heather Heyer foi morta, e vídeos do presidente dos EUA, Donald Trump, culpando “os dois lados” pela violência.

Um Spike Lee controladamente furioso aproveitou uma coletiva de imprensa em Cannes para expressar sua opinião a esse respeito.

“Aquele maldito teve a chance de dizer ‘Somos pelo amor, e não pelo ódio’”, afirmou.

“E aquele maldito não denunciou a maldita Klan, a direita alternativa e aqueles malditos nazistas. Foi um momento determinante, e ele poderia ter dito ao mundo, não aos Estados Unidos, que estamos acima disso.”

Dois dias depois do acontecimento, Trump disse que a KKK e grupos semelhantes são “repugnantes para tudo que valorizamos como americanos”.

Mas foi tarde demais para Lee: “Este filme é um grito de alerta”, afirmou.

“Porque partimos para o ‘deixa para lá’, para andar em um estado de torpor, e as coisas estão acontecendo e está tudo de pernas para o ar e o falso é trombeteado como se fosse verdadeiro”, disse.

“É disso que este filme fala, e sei em meu coração, não importa o que os críticos nem ninguém mais diga, que estamos do lado certo da história com este filme.”

Assista ao trailer do longa (em inglês):

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