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2º álbum do duo Craca e Dani Nega aposta em letras fortes e críticas sem perder balanço

O encontro entre a rapper Dani Nega e o músico Felipe Julián – mais conhecido pelo alter ego Craca – fez barulho. Unidos no formato de duo, eles venceram o prêmio de melhor álbum eletrônico no 28º Prêmio da Música Brasileira já com seu disco de estreia, “Craca, Dani Nega e o Dispositivo Tralha” (2016), e viajaram o Brasil em turnê.

A química artística entre eles é aprofundada agora no recém-lançado “O Desmanche”, composto por nove faixas que combinam batidas dançantes com letras fortes, densas e politizadas.

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Para Craca, essa combinação é também um manifesto. “As letras denunciam o racismo institucional no Brasil, a violência contra a mulher e contextualizam o momento político atual, mas a gente convoca as pessoas a não se deprimirem com isso. A gente precisa se colocar em vez de se esconder. Queremos ficar de cabeça erguida e dizer para os outros que estamos juntos”, diz ele.

“O Desmanche” funciona como uma crônica do presente – até o assassinato da vereadora Marielle Franco, em março, é citado em “Quando Voltarão?”, que homenageia militantes e pessoas mortas em crimes sem explicações.

O título do álbum também responde à atualidade. “Ouvimos que o Brasil passa por um desmonte, mas isso não parece muito lícito. Preferimos descrever o momento como desmanche, como quem tira as peças do carro para vender”, explica Craca.

Craca é o responsável pela fusão de sonoridades com o eletrônico, enquanto Dani assina as letras. Também foi ela que escalou as participações especiais – todas de mulheres, a grande maioria negras.

Entre elas, estão Roberta Estrela D’Alva, Juçara Marçal, Sandra-X e Luedji Luna, além do coro Clarianas, que injeta um bem-vindo ar de música popular regional à fusão de sonoridades proposta pelo duo. “São pessoas com trabalho consolidado e relevante. Ter as Clarianas foi uma forma de identificar a nossa realidade brasileira. É como dizer de onde viemos”, diz Craca.

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