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Nobel de Literatura é adiado devido a escândalo sexual

A Academia Sueca que concede o Nobel de Literatura informou nesta sexta-feira, 4, que não concederá o prêmio neste ano devido a um escândalo de assédio sexual que provocou tumulto na instituição e levou à renúncia de vários membros de seu conselho.

Há décadas não ocorria um adiamento ou cancelamento do prêmio, mas a normalmente sigilosa Academia reconheceu que sua reputação foi prejudicada pelas alegações contra o marido de uma de suas integrantes e a admissão de que os nomes de alguns vencedores do prêmio foram vazados.

«A presente decisão foi tomada em vista da Academia atualmente diminuída e da confiança pública reduzida na Academia», disse a entidade em um comunicado.

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A Academia, composta pela elite literária da Suécia, disse que pretende conceder dois prêmios em 2019, incluindo o de 2018.

«Achamos necessário dedicar tempo à recuperação da confiança pública na Academia antes de o próximo ganhador ser anunciado», disse Anders Olsson, Secretário-Permanente interino da Academia.

O tumulto causado pelas alegações sexuais contra o marido de uma integrante do conselho é inédito na Academia, uma instituição reverenciada estabelecida pelo rei Gustavo 30 em 1786 e ainda sob o patronato real.

Embora a Academia já tenha lidado com polêmicas antes, por exemplo ao conceder o Nobel de Literatura de 2016 ao cantor e compositor norte-americano Bob Dylan, o debate vinha se concentrando sobretudo no mérito literário, e não na própria instituição.

A Academia se viu subitamente no centro de uma enorme polêmica depois que 18 mulheres fizeram alegações de assédio sexual contra o fotógrafo e personagem cultural Jean-Claude Arnault, que é casado com Katarina Frostenson, autora e membro da organização. Uma das vítimas disse ter sido estuprada. Os casos teriam acontecido, inclusive, em apartamentos cedidos pela entidade.

As divisões no interior da Academia Sueca foram evidenciadas depois que três membros entregarem seus cargos por conta da não expulsão de Katarina, acusada de revelar ao marido os nomes de ganhadores do Nobel de Literatura, violando a regra de confidencialidade.

Além disso, ela também é suspeita de corrupção por ser sócia do clube literário do fotógrafo, que recebia apoio financeiro da Academia.

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