A coleção Julio Cortázar na Companhia das Letras começará com a publicação, inédita no Brasil, de uma reunião de todos os contos do escritor argentino, em um box caixa, em dois tomos, segundo a nota da editora.
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Depois, serão lançadas novas edições de «O jogo da amarelinha» (1963), «Bestiário» (1951), «Final do jogo» (1956), «As armas secretas» (1959), «Todos os fogos o fogo» (1966), «Octaedro» (1974), «Queremos tanto a Glenda» (1980), «História de cronópios e de famas» (1962), «Um tal Lucas» (1979), «Os autonautas da cosmopista» (1983), «Os prêmios» (1960), «62 modelo para armar» (1968), «Divertimento» (1986), «O exame» (1986), «A volta ao dia em oitenta mundos» (1967), «Último round» (1969), «O discurso do urso» (1952) e a versão ilustrada por José Muñoz do conto «O perseguidor».
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Os livros terão capas feitas especialmente para as edições brasileiras pelo artista norte-americano Richard McGuire – capista da revista «New Yorker» e autor de «Aqui». O Grupo Record, que publicava os livros de Cortázar com a Civilização Brasileira, confirmou a informação, mas preferiu não falar nada sobre a mudança.
O professor e crítico Davi Arrigucci Jr., autor de «O escorpião encalacrado», diz via comunicado que «a escrita de Cortázar se distingue, entre os grandes narradores hispânicos do século XX, pelos riscos com que assumiu a liberdade de inventar, por vezes beirando o limite da destruição da narrativa ou o impasse do silêncio […] Uma literatura de invenção marcada na essência pela busca e pela experimentação contínua de novos rumos. Uma obra em rebelião permanente, em constante transformação».
A Companhia das Letras avalia que Cortázar passa por um momento de redescoberta. «Ele começa a ser lido de um jeito inédito, menos automático e reverente», diz o editor Emilio Fraia, também em nota. «Às vezes é preciso que surja uma nova geração de leitores para enxergar um escritor com certa distância. É o que a Companhia vai ter a oportunidade de fazer agora com Cortázar.»