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Ao narrar trajetória de Zé Rodrix, biografia recém-lançada traça origens do rock rural

José Rodrigues Trindade, o Zé Rodrix (1947-2009), cantou, compôs, tocou vários instrumentos, foi arranjador, escreveu livros e deixou um legado importante como um dos criadores do rock rural, uma espécie de flerte da MPB com o rock progressivo. Essa trajetória é contada agora em “O Fabuloso Zé Rodrix”, biografia escrita por Toninho Vaz.

O livro refaz esse caminho desde a descoberta da musicalidade precoce de Rodrix, passando pelos grupos Momento4 e Som Imaginário até a criação do trio Sá, Rodrix & Guarabyra, de grande repercussão na virada dos anos 1960 para os 1970, e também sua retirada do mundo da música após a morte de Elis Regina (1945-1982), que ele considerava a grande responsável pelo seu sucesso profissional depois da gravação da música “Casa no Campo”.

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Zé Rodrix dedicou-se então à publicidade, principalmente com a criação de jingles, mas ainda voltaria à música com participação no grupo Joelho de Porco e um breve retorno ao lado de Sá & Guarabyra a partir do Rock in Rio de 2001.

Toninho Vaz descreve Rodrix como artista multitalentoso, com incursões por outras áreas das artes. Escreveu uma trilogia contando a história da Maçonaria e revelou-se ele próprio um maçom.

“Se ele fosse apenas um grande músico, que tocava todos os instrumentos e fazia composições, isso já seria excepcional. Mas ele ia além. Quem leu os livros da sua trilogia, cada um com 800 páginas, viu que ele era também um escritor calejado, escrevia muito bem, dominava a literatura”, diz o biógrafo. Leitor inveterado, Zé Rodrix tinha 12 mil livros em sua biblioteca. “E sabia o conteúdo de cada um deles”, conta Vaz.

O biógrafo fala que Rodrix teve três mortes. A primeira aconteceu após a partida de Elis. “Ele entrou em depressão profunda. Ele era completamente careta, não usava nenhuma droga nem gostava de beber. Estava na festa com Elis na noite anterior a sua morte. Aquilo o levou a comunicar à família que não queria mais participar do mundo da música”, conta Vaz.

A segunda morte teria ocorrido no início dos anos 2000, quando seu parceiro na produção de jingles e no Joelho de Porco, Tico Terpins, morreu subitamente. “Teve outra depressão fortíssima, ficou isolado, se refugiou na internet”, relata Vaz.

Finalmente, a morte derradeira “foi suave”, segundo o biógrafo. “Passou mal e morreu. Acabou se tornando uma referência. O Nasi (Ira!) usou a expressão ‘quero morrer como o Zé Rodrix’”.

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