No clássico “Romeu e Julieta”, de William Shakespeare, o casal de protagonistas não passa dos 15 anos. Na versão de Marcelo Lazzaratto, que estreia hoje no Sesc Ipiranga (r. Bom Pastor, 822, tel.: 3340-2000; sex. e sáb., às 21h; dom., às 18h; R$ 30; até 18/2), eles são incorporados pelos veteranos Renato Borghi, 80, e Miriam Mehler, 82.
O projeto contempla vários objetivos. O primeiro é reunir no mesmo palco uma dupla cuja carreira iniciou há 60 anos e que tem a vida costurada pelo teatro. O segundo é honrar o amor e a longevidade deles à profissão ao encenar um dos principais clássicos teatrais.
O terceiro é a proposta de um jogo de imaginação com a plateia. A história apresentada é essencialmente a mesma que está no imaginário popular. Como é, então, pensar o surgimento de uma paixão irrefreável dessas típicas da juventude quando já se é um idoso? O que esse sentimento significa e como ele reverbera em um corpo repleto de marcas e já com algum tipo de limitação?
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O palco é praticamente tomado por Mehler e Borghi, que contracenam com Carolina Fabri e Elcio Nogueira Seixas, responsáveis por encarnar todos os demais personagens da tragédia que opõe as famílias Montecchio e os Capuleto e tornam o amor de Romeu e Julieta impossível.
A ideia de reunir os veteranos é um desejo antigo de Lazzaratto, que só agora conseguiu colocar o projeto, enfim, de pé.
O diretor se aproveita da maturidade de seus atores em uma montagem limpa, sem grandes artifícios cênicos, construída em torno de uma mesa que lembra as tradicionais leituras de texto que antecedem os ensaios de uma encenação.
A equipe de “Romeu e Julieta 80” se completa com Daniel Maia e Simone Mina, responsáveis, respectivamente, pela trilha sonora e o cenário/figurino.