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Jô Soares ri da própria vida com autobiografia

Às vésperas de fazer 80 anos, ator, diretor, apresentador e escritor fala a Ricardo Boechat sobre primeiro volume de livros sobre a própria vida

Quase um ano após deixar a bancada dos talk shows, na qual reinava havia três décadas, Jô Soares lança o primeiro volume de “O Livro de Jô – Uma Autobiografia Desautorizada”, escrito por ele com o jornalista Matinas Suzuki Jr.

A obra é, essencialmente, um relato de causos divertidos em torno da vida do ator e escritor. Prestes a fazer 80 anos, em janeiro, o artista lembra os acontecimentos marcantes de sua trajetória pessoal e profissional.

Jô conversou com o âncora Ricardo Boechat, da BandNews FM, e contou histórias de uma infância privilegiada, do início da carreira e episódios engraçados. Leia os melhores momentos.

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Filho único no mundo

“Aos 9 anos, fui para um colégio interno em Petrópolis. Parece até mentira, mas eu pedi para ir. Eu tinha sido reprovado no Colégio São Bento e, quando fui para lá, disse que queria repetir de ano, aprender. Fiquei interno dos 9 aos 12 e depois fui estudar na Suíça. Não fiquei um menino estragado porque me sapecaram para longe de casa.”

Passaporte de Welles 

“Estava com meu pai em Paris e encontrei o [diretor] Orson Welles já muito bêbado. Queria um autógrafo, ele disse: ‘Não tenho autógrafo, não! Leve meu passaporte!’ Meu pai me fez devolver. Fiquei 15 dias sem falar com ele.”

Encontro decisivo

“Falo sobre meu primeiro encontro com o [produtor teatral] Silveira Sampaio, no Copacabana Palace. Eu estava fazendo uma imitação, ele me perguntou: ‘o que você vai fazer da vida?’ Disse que estava estudando para o Itamaraty. E ele: ‘você pode estudar o que quiser, mas você vai mesmo é ficar no palco.’”

Gordo, sim!

“Quando fui a Petrópolis, as pessoas me olhavam na rua e riam, porque nunca tinham visto um gordo. Inconscientemente eu devo ter pensado: já que é para eu aparecer, não vai ser pelo fato de eu ser gordo! Não tem um personagem meu que não pudesse ter sido magro. Na Argentina usam ‘gordo’ como tratamento carinhoso. Acho isso genial.”

Liberdade do humor

“Só tem uma limitação no humor: se é engraçado ou não. Quando não é, passa a ser ofensivo. Tudo é em questão da função. Posso falar isso com tranquilidade porque, por acaso, nunca fiz humor ligado a raça ou tipo físico.”

Censura cultural

“A arte é como um barco sempre navegando em águas turvas. Sempre houve conservadorismo, mas, para mim, a grande vitória da última Constituição, que recebi em mãos do Ulysses Guimarães, está no fato de que não há hipótese de a censura voltar. O Congresso jamais vai colocar uma coisa dessas. A censura social sempre houve e sempre haverá.” 

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