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Fat Mike (NOFX) fala sobre musical, carreira e futura biografia: ‘Temos histórias deprimentes’

A banda californiana de punk rock NOFX chega ao Brasil neste mês para uma série de apresentações em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Curitiba e em Porto Alegre. Com canções entre quatro segundos (F*ck the Kids) e 18 minutos (The Decline), o quarteto completou 32 anos de carreira em 2015, com 12 álbuns de estúdio e diversos outros lançamentos.

O Metro Jornal conversou com o vocalista e baixista da banda, Michael Burkett, conhecido como Fat Mike. Além de músico e compositor, ele é dono de uma das maiores gravadoras independentes do mundo, a Fat Wreck Chords, que além do NOFX conta com grandes artistas do gênero, como Against Me, Lagwagon e Good Riddance.

Confira a entrevista:

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Metro Jornal:
Oi Mike! Aonde você está agora?

Fat Mike:
Eu estou em São Francisco.

MJ:
A turnê brasileira foi adiada, mas o NOFX chega finalmente ao Brasil em dezembro. Como você vê o público brasileiro?

Fat Mike:
O Brasil tem um dos melhores e mais malucos fãs do mundo. Demorou, mas estamos muito ansiosos para a turnê.

MJ:
Vocês prepararam alguma surpresa para os shows daqui? Como são feitos os setlists?

Fat Mike:
Bem, ainda não. Normalmente eu faço os setlists quando faltam duas horas para o show. Quando vamos tocar em alguma cidade depois de algum tempo, costumo procurar qual foi o setlist da vez anterior, e aí preparo algo diferente para a noite.

MJ:
Na última apresentação de vocês em São Paulo [julho de 2012], você chegou a tentar agredir um fã que cuspiu em você. O que normalmente te tira do sério em um show?

Fat Mike:
Eu fiz isso? Não me lembro. A verdade é que eu estava muito bêbado nesse show. Mas isso é algo que me tiraria do sério.

MJ:
Em abril do ano que vem o NOFX irá lançar um livro (The Hepatitis Bathtub and Other Stories – em português, A Banheira com Hepatite e Outras Histórias) com relatos de toda a carreira da banda. Que tipo de histórias podemos esperar dele?

Fat Mike:
As piores.

MJ:
Será algo parecido com o Backstage Passport [série-documentário com cenas da banda em turnês mundiais, inclusive no Rio de Janeiro]?

Fat Mike:
Não! Não será nada como o Backstage Passport. O livro vai bem mais longe e chega a ser deprimente. Ele tem histórias engraçadas, claro, mas também tem relatos sobre roubos, muita heroína, molestação e até estupro. É muito, muito triste. Não é um livro fácil, mas estamos felizes com ele.

MJ:
Eu li que o Billie Joe Armstrong [vocalista e guitarrista do Green Day] escreveu o prefácio do livro. Como isso aconteceu?

Fat Mike:
Na verdade, ainda não sabemos se vai acontecer. Nós somos amigos do Green Day e eu pedi para ele fazer algo há seis meses, mas ele acabou de falar que não fará mais. Ainda vamos convencê-lo.

MJ:
Outro projeto que você se envolveu no início deste ano foi o musical Home Street Home.

Fat Mike:
Foi a coisa mais difícil que eu já fiz na minha vida.

MJ:
Sério? Como foi o processo?

Fat Mike:
Bom, foram seis anos até finalmente acontecer. Eu escrevi as músicas com a minha noiva (Soma Snakeoil), e não é exatamente um musical punk, acredito que tenham umas cinco músicas do gênero, no máximo. Fala sobre um grupo de jovens moradores de rua e tem de tudo, violência sexual, abuso de drogas… É ficção, mas remete a situações que eu e ela já passamos.

MJ:
A temporada do musical terminou em março. Você planeja fazer algo a mais com o projeto?

Fat Mike:
Sim! Estou tentando levá-lo a Broadway, acredito que aconteça em breve.

MJ:
A sua gravadora acabou de fazer 25 anos. Depois de tanto tempo, ainda é possível revelar algo de novo no cenário punk?

Fat Mike:
Claro! Recentemente produzi um morador de rua chamado Sam Sadowski. Lancei em outubro um EP dele sob o nome Closet Friends, só com sua voz, violão e gaita. Por ele ser um viciado em drogas, o processo de gravação foi muito difícil, mas fascinante. Valeu a pena, é um ótimo registro.

MJ:
Quando George W. Bush assumiu a presidência dos Estados Unidos, você se tornou um grande ativista entre os músicos americanos contra o político. Como enxerga a corrida presidencial do seu país para as eleições do ano que vem?

Fat Mike:
Em resumo, estamos ferrados. Tudo bem que o Donald Trump não é pior que o Bush, esse sim foi o pior presidente da história dos Estados Unidos. Mas de todos os lados, só vejo porcarias.

MJ:
Você pretende voltar com o movimento Punk Voter [criado em 2002 para movimentar os jovens a votarem contra George W. Bush]?

Fat Mike:
Não! Sinto que já fiz minha parte uma vez, não tenho vontade de fazer isso de novo.

MJ:
Para encerrar, podemos esperar um novo álbum do NOFX no ano que vem?

Fat Mike:
Sim! Nós estamos trabalhando nele ainda, mas já temos algo encaminhado.

MJ:
Pode contar mais detalhes?

Fat Mike:
No momento temos 18 músicas novas. Acho que vamos esperar até ter umas 22 para então descobrir o que fazer com elas. Mas não vou te falar mais nada, não quero estragar a surpresa.

Turnê NOFX – Brasil (abertura da banda Reffer):

  1. 11 de dezembro – Rio de Janeiro
    Local: Circo Voador (Rua Arcos, s/n)
    Horário: 19h
    Ingressos antecipados ESGOTADOS (Pista no dia do show – R$100)
    Classificação etária: 16 anos
  2. 12 de dezembro – São Paulo
    Local: Via Marquês (Av. Marquês de São Vicente, 1589)
    Horário: 17h
    Ingressos ESGOTADOS
    Classificação etária: 18 anos
  3. 13 de dezembro – Curitiba
    Local: Vanilla Music Hall (Rua Mateus Leme, 3690)
    Horário: 18h
    Ingressos: de R$ 90 (Pista meia – 1º lote) a R$ 300 (Mezanino inteira)
    Venda online: www.ticketbrasil.com.br
    Classificação etária: 18 anos
  4. 15 de dezembro – Porto Alegre
    Local: Bar Opinião (Rua José do Patrocínio, 834)
    Horário: 19h
    Ingressos: de R$ 90 (Pista meia – 1° lote) a R$ 200 (Pista inteira – 3º lote)
    Venda online: www.ticketbrasil.com.br
    Classificação etária: 14 anos
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