A expectativa era grande, afinal, se passaram 12 anos desde o último álbum do Racionais MCs, “Nada Como um Dia Após o Outro Dia”, até que nos primeiros minutos desta terça-feira foi disponibilizado “Cores & Valores”, seu oitavo trabalho.
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Na capa, Mano Brown, Ice Blue, Edi Rock e KL Jay aparecem assustadores, mascarados, com armas na mão, mas a verdade é que o disco é menos assustador do que parece. Produzido no Maraca Estúdio, no Capão Redondo, mas gravado no Quad Recording Studios, em Nova York, o disco traz 15 faixas, algumas delas com menos de um minuto.
Nas batidas, saem o rap clássico e entram as batidas graves e com rotação menor, sonoridade próxima ao do trap rap, gênero do hip-hop que surgiu nos EUA no começo dos anos 2000.
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As letras perdem força. Grandes relatos, como “Diário de um Detento” ou “Capítulo 4, Versículo 3”, dão espaço a composições mais diretas, como em “A Escolha que Eu Fiz” – sobre a prisão de um assaltante – e “Eu Te Disse” – um retrato da periferia.
“Cores & Valores” – Racionais MCs (Grav./edit., R$ 10, no site googleplay.com)
“Quanto Vale o Show?” é pop e fala sobre o começo da carreira do grupo, enquanto um riff de “Gona Fly Flow”, tema do filme “Rocky”, faz a base. “Eu Compro” remete a “Vida Loka Pt. 2”, do disco “1000 Trutas, 1000 Tretas”, com a frase “na mão de favelado é mó guela”. Enquanto antes Mano Brown cantava “Imagina nóis de Audi / Ou de Citröen / Indo aqui, indo ali / Só pam / De vai e vem”, agora Ice Blue canta “E no corre do cash / Tem que ganhar mais do que perder / Financiar o seu sonho e acreditar em você”.
O auge de “Cores & Valores” acontece em “A Praça”, quando a voz de Edi Rock narra a batalha que aconteceu entre a polícia e o público que esperava para assistir ao show do Racionais MCs na Virada Cultural de 2007, na Sé.
O álbum, que tem parceria de nomes como Don Pixote, Helião e Lino Crizz, terá show de lançamento no dia 20 de dezembro, no Espaço das Américas.