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Filmes sobre sangrentas disputas dominam o Festival de Gramado

André Arteche e Rafael Cardoso, de “Os Senhores da Guerra”, estiveram em Gramado para a abertura do Festival | Edison Vara/divulgação
André Arteche e Rafael Cardoso, de “Os Senhores da Guerra”, estiveram em Gramado para a abertura do Festival | Edison Vara/divulgação

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Dois filmes sobre guerra renderam os melhores debates do Festival de Gramado neste final de semana de abertura, com opiniões divididas. “Os Senhores da Guerra”, do gaúcho Tabajara Ruas, contou com a torcida da casa, enquanto “Estrada 47”, do carioca Vicente Ferraz, foi recebido como um forte concorrente ao Kikito de melhor filme. O primeiro é ambientado no Rio Grande do Sul dos anos 1920, quando o Estado viveu uma guerra civil entre chimangos e maragatos. O segundo se passa durante a Segunda Guerra Mundial, quando o Brasil mandou jovens Pracinhas para lutarem na Itália contra os alemães.

A exemplo de títulos como “Neto e o Domador de Cavalos” (2008) e “Neto Perde a sua Alma” (2001), Ruas mais uma vez investiu na difícil missão de adaptar para a tela grande um episódio histórico. A trama tem como protagonistas os irmãos Carlos e Julio Bozano (André Arteche e Rafael Cardoso), que lutaram em lados opostos na guerra civil. O pano de fundo histórico é tão rico em personagens, ideais políticos e passagens históricas, que fica difícil o espectador se manter no contexto. Questionado no debate que se seguiu ao filme, o diretor se defendeu dizendo que cinema é dramaturgia. “O filme é a história dos dois irmãos, nós não fazemos história. Lamento, mas quem se decepcionou, errou de porta”.

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Em meio a neve

O segundo filme de guerra exibido no Festival de Gramado pode ser definido como impactante. “Estrada 47”, co-produção entre Brasil, Itália e Alemanha, lança um olhar humanizado sobre os Pracinhas brasileiros que combateram na Segunda Guerra Mundial. O elenco, encabeçado por Julio Andrade e Daniel Oliveira, filmou em montanhas cobertas de neve, numa caminhada que durou dias e tinha como  missão desativar minas que bloqueavam a estrada a uma pequena cidade no centro da Itália, na região de Monte Castelo.

Vicente Ferraz explica que encontrou a inspiração para o filme nas crônicas de Rubem Braga, que cobriu a guerra como correspondente. “Fiquei muito interessado na história destes garotos que entraram numa guerra totalmente despreparados”, comentou.

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