Diretor de 36 longas, entre eles “Bye Bye Brasil”(1979) e “Deus É Brasileiro” (2003), Cacá Diegues lançará neste sábado, na Festa Literária de Paraty (Flip), “Vida de Cinema”, livro no qual relembra os principais momentos de sua carreira.
Em “Vida de Cinema”, o senhor fala sobre suas memórias do cinema brasileiro, destacando o Cinema Novo. Como ele influenciou o modo de fazer filmes no Brasil?
O Cinema Novo representou a chegada tardia do Modernismo ao cinema brasileiro. Foi a invenção do cinema moderno no país. Não foi apenas um fenômeno cinematográfico, mas também um marco na cultura brasileira do século 20, que até hoje ecoa em filmes.
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Como pretende abordar o tema ‘Cultura do Brasil nos últimos 50 anos’, na mesa “2 x Brasil”, com Edu Lobo?
A ditadura é um assunto inevitável para minha geração. Mas não pretendo me ater a ela durante o debate, o presente é mais importante e a ditadura não pode ser pretexto para a ausência de obras.
Millôr Fernandes, o homenageado da Flip, era um escritor crítico em relação à política. Acha que o Brasil carece de autores como ele?
Millôr é representante de um momento brasileiro que não é mais o mesmo. O que não quer dizer que esteja ultrapassado. O pensamento sempre se renova. Como todo mestre, Millôr é para sempre.
Como é a sua relação com a literatura?
Sou leitor sistemático desde cedo, quando meu pai me obrigava a ler o que ele julgava conveniente. Como o Brasil nunca teve uma história fluente de seu cinema, a literatura, particularmente o Modernismo, formaram a mim e à minha geração, assim como João Ubaldo e sua obra, sobretudo “Viva o Povo Brasileiro”.