Desde o rompimento da barragem, o município de Mariana viu o desemprego, que nunca havia ultrapassado os 6%, atingir 23,5% da população. A arrecadação, por sua vez, caiu de R$ 27 milhões por mês para R$ 17,5 milhões.
O motivo: a inatividade da mineradora Samarco. As contas da prefeitura simplesmente não fecham.
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«Desde o rompimento, vivemos uma tragédia continuada», diz o prefeito Duarte Eustáquio Gonçalves Junior (PPS), de 37 anos. O promotor de Justiça do Ministério Público de Minas, Guilherme de Sá Meneghin, de 34 anos, faz coro: «Há uma perpetuação diária da violação dos direitos das vítimas, sobretudo na forma como a empresa as trata».
Para o prefeito, a empresa falhou e os responsáveis devem responder por isso. «Não havia sirenes, ninguém foi avisado. Se fosse noite, teria exterminado a população.» Mas ele destaca que a Samarco não abrigava só os responsáveis pela tragédia, mas também funcionários técnicos, da limpeza, motoristas – e eles também estão sem trabalho.
«Vivemos entre a cruz e a espada: os responsáveis precisam ser punidos, mas, sem o retorno da mineração, há uma segunda tragédia», diz Gonçalves.