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Bolsa bate recorde com prisão de Joesley e Saud

O Ibovespa, principal índice da B3 (antiga BM&FBovespa) subiu ontem 1,7%, a 74.319 pontos, maior patamar histórico de fechamento. A máxima de fechamento anterior havia sido alcançada em 20 de maio de 2008, quando o índice, criado em 1968, fechou aos 73.516 pontos.

Depois de operar praticamente todo o dia em queda e ir a R$ 3,07 na mínima, o dólar atraiu compradores e fechou com leve alta, com um movimento de realização de lucros. A moeda subiu 0,30%, a R$ 3,1038 na venda.

O pedido de prisão de Joesley Batista e Ricardo Saud, delatores da J&F, controladora da JBS, trouxe mais fôlego ao mercado, com a visão de enfraquecimento de uma nova eventual denúncia contra o presidente Michel Temer e de mais força para o governo avançar a agenda de reformas.

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“O fato é que os investidores estão animados com o cenário político e econômico do país”, disse João Mantoan, professor de economia da IBE-FGV. O tom positivo do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para a reforma da Previdência foi um dos aspectos que contribuiu. Segundo o ministro, o governo decidiu “retomar com ênfase a reforma da Previdência”, que deve ser aprovada em outubro.

O exterior também ajudou a sustentar o otimismo do mercado local, diante da redução de preocupações com as tensões geopolíticas após a Coreia do Norte não conduzir novos testes nucleares e com alívio após o enfraquecimento da tempestade Irma.

Para o economista-chefe da Modalmais, Alvaro Bandeira, o cenário principal para o mercado acionário brasileiro segue de alta, com a possibilidade de o Ibovespa fechar o ano no patamar dos 77 mil pontos. “Dependendo de como o governo encaminhar as reformas por aqui, pode ser até um pouco acima disso”, disse à “Reuters”.

Investidor deve ter cautela
O pequeno investidor deve ter cautela antes de investir no mercado acionário. “Nada de empolgação”, diz Mauro Calil, especialista de investimentos do banco Ourinvest.

Calil afirma que o investidor vai ganhar na Bolsa comprando na baixa e vendendo na alta. “Não será quando a Bolsa está batendo recorde”, alerta o especialista, acrescentando que outro erro muito comum do pequeno investidor é olhar para o ganho do passado e projetar para o futuro.

Na sua avaliação, o mercado deve passar um movimento de realização de lucros ou correção até o final do ano. “O mercado tem grandes investidores que não querem serem os primeiros a sair. Eles ficam acompanhando as notícias, e quando tem notícia catastrófica todos saem vendendo ao mesmo tempo”, diz.

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