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Com inflação menor, poupança tem maior ganho real em 11 anos

Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas

A poupança apresentou ganho real de 4,37% no acumulado de 12 meses até maio, segundo levantamento da Economatica. Trata-se da maior taxa de retorno desde 2006, quando o rendimento ficou em 5,1%.

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“O que explica esse resultado é o fato de que a inflação vem caindo. Antes disso, a poupança vinha perdendo poder de compra”, diz  o diretor executivo da Anefac (Associação Nacional de Executivos de Finanças), Miguel José Ribeiro de Oliveira.

Em maio, a inflação oficial, medida pelo IPCA, ficou em 0,31%, acumulando alta de 3,6% em 12 meses. Com isso, o ganho real da poupança no mês passado foi de 0,27%.

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No ano passado, o retorno da caderneta, descontada a inflação, ficou em 1,90%. Em 2015, ano em que a inflação atingiu dois dígitos, a poupança teve uma perda real de 2,28%.

Apesar do ganho maior neste ano, a poupança continua perdendo para investimentos como Tesouro Direto, fundos com taxas administração baixas e CDI. Oliveira afirma, no entanto, que a perspectiva de novos cortes na taxa básica de juros ao longo do ano contribui para aumentar a atratividade da caderneta, que tem como vantagem a isenção de Imposto de Renda. “Isso deve se manter no curto prazo, mas não quer dizer que a poupança está ganhando dos fundos de investimentos”, afirma.

Com a Selic hoje em 10,25% ao ano, a poupança já começa a ganhar dos fundos de investimento com  taxa de administração acima de 1,5%, segundo levantamento feito pela Anefac. Considerando uma aplicação em CDB, o investidor teria que obter uma taxa de juros de cerca de 85% do CDI para atingir o mesmo ganho obtido pela poupança.

Como a Selic está acima de 8,5%, a poupança rende hoje 6,17% ao ano mais a TR (Taxa Referencial). Se a taxa básica de juros cair para 8,5%, o que está previsto pelos economistas para o final de 2017, ou menos, o ganho passa a ser 70% da Selic mais TR.

Nesse cenário de juros a 8,5%, explica Oliveira, tanto os fundos como a poupança perdem atratividade. Os fundos continuarão ganhando da poupança, caso cobrem taxas baixas de administração, o que exige investimentos mais elevados. Para o pequeno investidor, a caderneta seguirá atrativa, diz o diretor da Anefac. 

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