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Busca por cartão pré-pago de saúde cresce com a crise

| cadu proieti/metro abc

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Sem condições de pagar um plano de saúde, muitos brasileiros estão aderindo ao cartão pré-pago, com mensalidades a partir de R$ 19,90, para ter acesso a consultas médicas e exames a preços reduzidos.

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Com o desemprego em alta, 2,6 milhões de brasileiros deixaram de ter acesso a planos de saúde nos últimos dois anos, segundo a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). Somente os planos empresariais perderam 1,6 milhão de beneficiários.

Enquanto isso, a empresa de cartão pré-pago de saúde TEM viu a sua base de clientes saltar de 70 mil para 200 mil usuários do final de 2016 para cá. “Esse mercado não é tão novo, mas voltou a entrar em evidência por conta da crise”, diz Tuca Ramos, um dos sócios da TEM.

Eduardo Brigagão, CEO da Vale Saúde Sempre, afirma, sem revelar números, que o crescimento também tem sido expressivo na empresa. “É uma alternativa entre os planos particulares e o SUS, que apesar de ter bons médicos e equipamentos, não tem estrutura para suportar a demanda”, afirma o executivo.

No cartão pré-pago de saúde, em geral, o usuário paga uma mensalidade e insere um valor para usar em gastos com consultas médicas e exames laboratoriais. Além disso, pode ser cobrada uma taxa para a recarga.

Para reduzir o valor das consultas e exames, as empresas que oferecem o cartão fecham acordos com clínicas e laboratórios. Uma consulta médica, que custa em média R$ 250 no atendimento particular, por exemplo, pode sair por R$ 60 com o cartão pré-pago. “Os clientes acabam pagando o que os planos de saúde pagam aos médicos e laboratórios”, afirma Brigagão, da Vale Saúde Sempre.

Os dois executivos reforçam que o cartão pré-pago não é um plano de saúde, que segue regulamentação da ANS, mas um meio de pagamento. Ele serve para pagar consultas e exames, mas não inclui, por exemplo, atendimento em emergências e internações. “Mas o cartão oferece terapias estéticas, massagem, podologia,  serviços ligados ao bem-estar”, diz o sócio da rede TEM.   

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Adesão exige cuidados, diz advogada

Sonia Amaro, advogada e representante da Proteste, afirma que o cartão pré-pago pode ser vantajoso diante das mensalidades elevadas dos planos de saúde e das dificuldades para conseguir atendimento no SUS, mas o consumidor  precisa tomar alguns cuidados antes de aderir à modalidade. “Ele acha que está com um plano de saúde, mas não há regulamentação”, afirma.

A advogada recomenda uma avaliação cuidadosa da rede credenciada, locais de atendimento e consultas e exames oferecidos. “Ele precisa avaliar todos os serviços oferecidos, taxas cobradas e os custos de consultas e exames para decidir se vale a pena desembolsar esse valor”, diz. 

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