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Desemprego sobe pelo segundo mês seguido

A taxa de desemprego do Brasil subiu pelo segundo mês seguido e atingiu 5%  em agosto, mas manteve-se em níveis historicamente baixos, ao mesmo tempo em que a renda média da população voltou a subir às vésperas das eleições presidenciais.

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Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a taxa de desemprego é a menor para o mês de agosto desde 2002.

Ainda assim, a taxa de agosto é a segunda maior do ano, repetindo o patamar de março e abaixo apenas de fevereiro (5,1%).

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“Em agosto, houve geração de vagas, mas não foi significativa para absorver os desempregados”, afirmou o coordenador da pesquisa, Cimar Azeredo. “O motivo é que a economia não está gerando postos de trabalho.”

Na passagem de julho para agosto, a atividade que mais gerou postos de trabalho foi a construção civil (5,1%). Dos 178 mil postos gerados no período, 88 mil (49,4%) vieram desse setor.

Servidores

O rendimento médio do trabalhador no Brasil em agosto foi de R$ 2.055,55, o que representa aumento de 2,5% acima da inflação quando comparado a agosto de 2013 (R$ 2.005,72) e de 1,7% em relação a julho deste ano (R$ 2.022,04). O grupo que mais teve aumento real foi o de militares e funcionários públicos, com alta de 7,1% em um ano, segundo o IBGE. Entre 2002 e 2014, os rendimentos subiram mais em Belo Horizonte (31,5%).

Após adiar a divulgação de dados por três vezes seguidas devido à greve de servidores, o IBGE mostrou que a taxa de desemprego ficou em 4,9% em maio, caindo a 4,8% em junho e indo a 4,9% em julho. A média de desemprego de janeiro a agosto (4,9%) é a menor da série histórica, iniciada em 2003. Em 2012 e 2013, a taxa havia ficado em 5,7%.  

Número de postos de trabalho cresce só 0,8%

O mercado de trabalho brasileiro em agosto registrou aumento de apenas 0,8% no número de postos de trabalho em relação ao mês anterior, ao mesmo tempo em que teve um crescimento de 3,3% na quantidade de pessoas procurando emprego. Os dados foram divulgados ontem pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME).

Segundo o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Cimar Azeredo, isso fez com que a taxa de desemprego se mantivesse praticamente estável entre julho (4,9%) e agosto (5%).

Azeredo acredita que a situação pode estar vinculada a um evento que atraia muitas pessoas em busca de emprego, mas que não consiga absorver todo mundo, como as campanhas eleitorais.

“A pesquisa não mostra por que, no momento em que você tem avanço na ocupação, você também tenha um avanço na pressão sobre o mercado de trabalho. Muitas vezes isso vem acompanhado da queda do rendimento. O que não é o caso [o rendimento aumentou 1,7% em relação a julho]. O que pode ter acontecido é alguma situação ter estimulado pessoas a procurar o mercado de trabalho. Eventos como eleições podem provocar isso.”

Desde 2010

O nível acumulado de ocupação entre janeiro e agosto – que mede a porcentagem da população ocupada em relação ao total da população em idade ativa – caiu de 53,9% em 2013 para 53,2% neste ano. É o nível mais baixo desde 2010 (52,9%). 

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