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Crise de energia pesou em redução de nota do Brasil, diz agência

A Standard & Poors incluiu a crise do setor energético entre os riscos que contribuíram para reduzir a nota do Brasil. Para a analista da agência de classificação de risco, Lisa Shineller, será difícil cumprir a meta de 1,9% de superavit primário prevista para este ano sem que se recorra a ajustes.

A agência de classificação de risco anunciou na segunda-feira o rebaixamento do rating soberano do Brasil, de “BBB” para “BBB-”, encerrando uma década de elevações da nota brasileira.

“Há muitos riscos fiscais nos próximos anos. Em relação à dinâmica do setor elétrico, temos custos sendo adiados no orçamento para eliminar os preços altos. E isso traz riscos ao governo”, disse Lisa, em teleconferência.

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A agência avalia ainda que um eventual racionamento de energia por conta da falta de chuvas pode pesar negativamente no PIB (Produto Interno Bruto). A previsão da S&P é de expansão de 1,8% este ano e 2% em 2015.

Para o ex-ministro da Fazenda Delfim Netto, colunista da Rádio Bandeirantes, a redução da nota do Brasil terá um impacto direto para empresas que precisam de crédito. O custo dos empréstimos externos vai aumentar por causa da elevação dos juros, que costuma acompanhar esse tipo de decisão, diz.

Em nota, o Banco Central disse que, apesar do rebaixamento, o país tem respondido e continuará respondendo aos desafios do quadro econômico internacional. “Independentemente da avaliação da agência, o Brasil tem respondido e continuará respondendo de forma clássica e robusta aos desafios que se colocam no novo quadro internacional”.

Apesar do rebaixamento, dólar cai 0,7%

O dólar recuou nesta terça-feira 0,7%, a R$ 2,3062 na venda, mesmo após o Brasil ser rebaixado pela Standard & Poor’s na véspera. É o menor nível desde 26 de novembro, quando a moeda ficou em R$ 2,2957. Segundo investidores, o rebaixamento da nota do país já era esperado e, por isso, já havia sido precificado pelos operadores de mercado.

Dívida pública sobe 1%

O baixo volume de vencimentos e o reconhecimento de juros fizeram a DPF (Dívida Pública Federal) subir 1,03% em fevereiro. Segundo a Secretaria do Tesouro Nacional, a DPF fechou o mês em R$ 2,067 trilhões, alta de R$ 21 bilhões sobre janeiro.

A dívida pública mobiliária – em títulos públicos – interna subiu de R$ 1,950 trilhão para R$ 1,975 trilhão. Isso ocorreu porque, no mês passado, o Tesouro emitiu R$ 8,14 bilhões em títulos a mais do que resgatou.

Já a dívida pública externa caiu 3,95% em fevereiro, para R$ 92,46 bilhões, puxada pela queda de 3,83% do dólar no mês passado.

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