A concepção da exposição “Ex Africa”, que abre neste sábado (28) no Centro Cultural Banco do Brasil, parte do princípio de que olhar para o outro significa olhar, antes de tudo, para si mesmo.
ANÚNCIO
Tendo em vista a forte herança cultural dos povos africanos por aqui, a mostra busca apresentar um retrato nada estereotipado desse continente tão tragicamente marcado pela escravidão.
Para isso, convoca 20 artistas de oito países africanos – e também brasileiros que trabalham questões sobre essa questão – para mostrarem cerca de 90 obras, entre esculturas, fotografias, instalações, performances, pinturas e vídeos.
Recomendados
Culpa da pamonha? A polêmica briga entre Crispim e Roberval em Alma Gêmea
Linha Direta: Internet cria força-tarefa para prender o falso profeta
Netflix: o encantador filme que adoçará a sua vida
A ideia é retratar a África contemporânea, mas é impossível fazê-lo sem também refletir sobre o passado que construiu o presente. Assim, a exposição é dividida em espaços que apresentam desde intersecções entre o país e o continente ao impacto da história em sua formação.
Ao usar objetos dos tempos da escravidão em sua instalação, a nigeriana Ndidi Dike traz à tona o sofrimento desse povo, enquanto as fotografias de Leonce Raphael Agbodjelou, artista do Benim, refletem sobre a relação entre colônia e pobreza.
O caos urbano das metrópoles, que misturam modernidade e ruínas, é apresentado pelos artistas Mikhael Subotsky e Patrick Waterhouse, da África do Sul.
As estéticas do corpo africano também estão representadas em fotografias de forte expressividade de nomes como o senegalês Omar Victor Diop, o nigeriano J. D. Okhai Ojeikere e o angolano Nástio Mosquito.
Apesar de essa ser uma exposição de artes visuais, há ainda espaço para a música a partir de gêneros originados ali, como o afrobeat e o Naija Pop.
A curadoria é de Alfons Hug, ex-diretor do Instituto Goethe em Lagos, na Nigéria. O nome da exposição vem da frase em latim escrita pelo romano Caio Plínio há mais de dois milênios: “Ex Africa semper aliquid novi”, que significa “da África sempre há novidades a reportar”.
No CCBB (r. Álvares Penteado, 112, Centro, tel.: 3113-3651). Abre neste sábado. De qua. a seg., das 9h às 21h. Grátis. Até 16/7.