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Clodovil tem sua trajetória recontada na biografia Tons de Clô

Morto em 2009, aos 71 anos, Clodovil Hernandes acumulou polêmicas que, devido a seu alto teor midiático, mais cedo ou mais tarde figurariam em uma biografia.

Um primeiro olhar para a trajetória do estilista, apresentador de TV e político é revelado agora com “Tons de Clô”, de autoria do jornalista Carlos Minuano, repórter do Metro Jornal. A obra será lançada nesta quarta-feira (22), às 19h, na Livraria da Vila da rua Fradique Coutinho.

Costurado ao longo de dois anos a partir de dezenas de entrevistas e pesquisa em jornais, revistas e blogs, o livro reconstrói a vida de Clodovil, adotado na infância, educado em colégio interno e alçado à fama como um dos estilistas mais requisitados da alta sociedade paulistana nos anos 1960 e 1970.

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“Como bem disse Constanza Pascolato, ele inaugurou uma moda ‘made in Brazil’, cheia de humor e irreverência”, afirma o autor.

Nas décadas seguintes, Clô ganharia popularidade como um apresentador de televisão sem papas na língua e, em 2006, entraria para a política, sendo eleito deputado federal pelo PTC. “Ele enfrentava uma crise financeira braba. Por causa das brigas e dos muitos processos, não conseguia mais espaço na TV e teve esse insight que, aliás, atribuía a uma interferência divina”,  diz o autor.

A biografia não se furta, no entanto, a episódios mais delicados da biografia de Clô, como seus relacionamentos com garotos de programa.

“Ouvi histórias bem pesadas que optei por não publicar. Em outros casos, cortei por solicitação do jurídico da editora. Mas parece que não foi o bastante para evitar reclamação. Tem fãs chiando que eu não poderia ter dito que ele era gay”, diz Minuano.

A personalidade de Clodovil se revelou um problema para a apuração.

“Boa parte das recusas veio dos antigos desafetos com os quais tentei falar. Outras fontes alegaram impedimentos, como o Instituto Clodovil Hernandes, que afirma ter um contrato com uma produtora para a produção de uma série sobre ele. Boa parte do que restou do acervo de Clodovil está com eles. Tentei contato durante dois anos pedindo acesso a esse material, sem resposta”, diz Minuano, que buscou encontrar um consenso nos depoimentos recolhidos.

“Muita gente diz que ele era bipolar, outros falam que as confusões eram para chamar a atenção. A maioria concorda num ponto: ele era bem complicado. Ele foi sempre uma contradição ambulante”, conclui o jornalista.

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