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Xenia França homenageia diáspora negra em primeiro álbum solo

Baiana radicada em São Paulo desde 2004, Xenia França sempre sonhou em gravar um disco solo. A oportunidade veio apenas depois de ela ganhar trânsito na cena musical de São Paulo como vocalista da banda Aláfia, que tem como marca a fusão de sonoridades a partir de uma perspectiva negra e diaspórica.

Esse trabalho foi determinante para as escolhas do álbum “Xenia”, no qual o ouvinte é convidado a acompanhar uma jornada autobiográfica da própria cantora em torno de sua ancestralidade.

“A música me deu ferramentas para trabalhar um projeto de autoconhecimento urgente e necessário. Fazer o álbum só agora fez com que ele se transformasse em algo espiritual e político, para além de artístico”, diz ela.

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Compostas por parceiros como Tiganá Santana, Theodoro Nagô, Tibless, Verônica Ferriani, Clarice Peluso, Luisa Maita e Chico César, as 13 faixas entregam questões presentes na carne de Xenia.

Em “Minha História”, ela canta sua jornada: “Mainha só lamentou / Sozinha eu fui embora viver”. Entre batuques e batidas r&b, a cantora também surge politizada na faixa de abertura, “Pra Que Me Chamas?” – uma das três canções assinadas por ela mesma –, na qual diz “A cota é pouca / E o corte é fundo / E quem estanca / A chaga o choque / Do terceiro mundo?”.

As melodias bebem de um caldeirão de referências que vão de Olodum e Ilê Ayê até o jazz e o funk americano, repleto de toda sorte de tambores. As sonoridades estabelecem uma conexão fina com o teor das letras cantadas.

“Sou uma mulher negra em São Paulo, o que me faz pensar em questões como posicionamento e autoafirmação. Precisava entender quem eu era e conseguir encontrar alguma individualidade. Meu trabalho foi uma ferramenta muito poderosa para isso.”

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