Quem costuma curtir a irreverência jovem da banda «O Terno» pode se impressionar com «Recomeçar», primeiro trabalho solo de Tim Bernardes. Ele cuidou de tudo praticamente sozinho, das letras aos arranjos, passando pela gravação e mixagem. Essa introspeção resvala no trabalho, que transpira a melancolia típica de um ciclo que chega ao fim, mas sem perder de vista as possibilidades que se abrem a partir daí, em faixas como “Tanto Faz” e “Era o Fim”. Aos 26 anos, o filho de Maurício Pereira, do Mulheres Negras, conversou com o Metro Jornal sobre o novo passo da carreira.
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De 2012 para cá você já compôs três discos d’O Terno e esse álbum solo. De onde jorra tanta música?
Eu não fico o dia inteiro compondo, mas, se você pensar, dá mais ou menos uma música por mês. Eu compus a maioria das faixas [de “Recomeçar”] faz uns quatro anos e, desde lá, eu ficava imaginando onde elas podiam se encaixar. Quando entramos no terceiro disco da banda, achei essas músicas guardadas e pensei que poderia ficar uns meses no estúdio para finalmente fazer esse álbum.
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Você é muito jovem para falar sobre recomeçar, não?
O disco tem a ver com esse ato de refletir ou autoanalisar os ciclos da vida. Tem coisa que você passa com 17, com 23, com 27… E cada vez você passa de um jeito, com outra bagagem. Esse disco é o retrato de um ciclo de encerramento, no qual busco iniciar uma fase diferente.
Esse é um disco muito intimista. Como ele pode funcionar em um show ao vivo?
Esse é um disco legal de ouvir com fone, deitado no escuro. Quando o fiz, minha vontade era de orquestrar coisas que eu tinha feito de maneira supercrua, mas, nos shows, quero apresentar as canções como eu as compus, no meu quarto, sentado com um violão, uma guitarra e um piano. O silêncio é muito importante, porque preciso tocar bem baixinho. O público que a gente construiu com O Terno tem sido bem carinhoso. As pessoas têm se ligado nessa coisa mais emocional.