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Bienal Sesc se fortalece ao mirar a dança para além do palco

Robusta, a programação da Bienal Sesc de Dança 2017 encerrou no domingo (24) após dez dias intensos de apresentações espalhadas por Campinas, no interior de São Paulo.

Sua maior conquista, no entanto, não esteve exatamente nos palcos. A atenção da curadoria com a programação em espaços públicos e nas áreas externas do próprio Sesc apontou para a vitalidade que a dança guarda quando contemplada em suas múltiplas formas e sua capacidade de se conectar com o público de modo mais imediato.

Isso se revelou, especialmente, nas intervenções “Campeonato Interdrag de Gaymada”, do coletivo Toda Deseo (MG), e no “Rasha Show”, coordenado por artistas do Núcleo do Dirceu (PI), que discutem questões do universo queer, como tolerância e diversidade, a partir do lado lúdico da dança.

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“A noite é um lugar que já é dado à travesti. Quisemos redistribuir a ideia de ocupação dos espaços públicos da cidade e deu muito certo porque apostamos na brincadeira onde tudo é permitido – menos a transfobia”, disse Rafael Bacelar, do Toda Deseo, durante um debate sobre novos masculinos e femininos na dança.

Outra obra igualmente cheia de vida, mas dentro da caixa cênica, abordou a crise dos refugiados a partir de quem as protagoniza – bailarinos de Burquina Faso, dirigidos por Salia Sanou,dançando “Do Desejo de Horizontes” com pureza e verdade.

oube ainda a trabalhos como “Alla Prima”, do português Tiago Cadete, bagunçar noções de identidades em tempos politicamente confusos e repletos de perguntas sem respostas – e isso revela o quanto a dança pode ser poderosa para nos desestabilizar, mas também para nos reconstruir.

*A jornalista viajou a convite do Sesc.

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