Abalado pela crise econômica e por desvios de recursos, o Theatro Municipal precisou abrir mão da temporada lírica robusta dos últimos quatro anos. Após apresentações de óperas em concerto, a primeira a ganhar montagem completa em 2017 é “Nabucco” (1842), que estreia nesta sexta-feira (22) sob a regência de Roberto Minczuk e direção cênica de Cleber Papa.
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Em quatro atos, a música composta por Giuseppe Verdi para o libreto de Temistocle Solera narra a conquista do território de Judá pelo Rei Nabucodonosor, da Babilônia, e a captura do povo hebreu.
“Verdi tinha acabado de passar por uma das maiores tragédias de sua vida. Perdeu os filhos, depois a esposa, sua segunda ópera fracassou. Ele tinha jurado não voltar mais à música até que um amigo lhe deu o libreto de ‘Nabucco’. Essa obra representa uma superação pessoal dele, por isso é carregada de emoção e beleza”, explica Minczuk.
Um dos ápices musicais é “Va Pensiero”, quando os hebreus cantam em coro. “Esse trecho é um ícone por ser um canto da liberdade. É quando o povo de Israel se vê escravizado”, explica ele, que vê esse coletivo como verdadeiro protagonista da trama.
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Para driblar a escassez de dinheiro, a montagem imaginou espaços como o Templo de Salomão e os Jardins Suspensos da Babilônia a partir da reciclagem de antigos cenários reunidos no Central Técnica do Municipal.
O figurino, criado na casa por Emilia Reily, também segue a mesma linha austera, adotando o preto como tom chave para o coro e elementos dourados para identificar as origens dos personagens.
No elenco de “Nabucco” estão Rodolfo Giuliani e Douglas Hahn (Nabucco), Marcello Vannucci e Eduardo Trindade (Ismaele), Marly Montoni e Elaine Morais (Abigaille); e Lidia Schäffer e Juliana Taino (Fenema).
Serviço:
No Theatro Municipal (pça. Ramos de Azevedo, s/n, Centro, tel.: 3053-2090).
Estreia nesta sexta-feira (22). De qui. a sáb. e ter., às 20h; dom., às 17h. De R$ 10 a R$ 100. Até 30/9.