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Sensação em Cannes, longa tem diálogos só em língua de sinais

Eleito melhor filme da Semana da Crítica do prestigiado festival francês, “A Gangue” mostrou ser possível fazer um filme potente mesmo que seus diálogos não sejam traduzidos em legendas ou dublagens.

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O acerto foi do diretor e roteirista ucraniano Miroslav Slaboshpitsky, que resolveu ambientar sua trama em um internato especializado em surdos-mudos. O longa é uma das principais atrações de hoje da 38ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.

“A Gangue” acompanha o novato Sergey, que, ao entrar para a escola, descobre a existência de uma complexa rede de crime e prostituição coordenada por seus próprios colegas. Para ser respeitado, ele se submete às regras impostas por eles, mas a situação se complica quando o rapaz se envolve com Anna, amante de um dos líderes da tribo.

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Tudo isso se desenrola apenas em linguagem de sinais, com um elenco de não profissionais também surdos-mudos.

Apesar de bem recebido pela crítica, a brutalidade do filme ucraniano não é para qualquer estômago. As partes difíceis, no entanto, são superadas pela força que Slaboshpitsky desenvolve nesse novo olhar narrativo para o cinema. 

Serviço

Quinta, às 14h, no Espaço Itaú Frei Caneca; dia 26, às 21h45, no Cine Livraria Cultura; dia 27, às 21h30, na Cinesala Sabesp e dia 28, às 21h30, no Cinesesc.

Filme alemão ri sobre feitura  de si próprio

Samuel Finzi e Eva Löbau protagonizam a comédia | Divulgação
Samuel Finzi e Eva Löbau protagonizam a comédia | Divulgação

Se nada mais der certo, faça um filme! A máxima inspirou o alemão Franz Müller a realizar “Na Pior das Hipóteses”, que tem sua última sessão hoje, às 19h, na Faap, dentro da 38ª Mostra de Cinema.

“Eu havia planejado fazer uma comédia sobre uma família idiota que vai a um campeonato de futebol na Polônia, mas, quatro semanas antes de rodar, o produtor disse que não queria fazer uma comédia”, disse ele durante um bate-papo na Mostra.

Para “não ficar depressivo”, ele juntou 25 amigos e levou todos à Polônia para fazer um longa justamente sobre um filme que perde sua produtora às vésperas das filmagens. A partir daí, todo o resto vai desmoronando. Ainda assim, o diretor insiste em seguir em frente, mesmo no improviso, para não ter que lidar com o fato de sua ex-mulher – a figurinista da produção – se revelar grávida dele.

“Quando estreamos o filme, a atriz principal disse que essa não era uma ficção, era um documentário. Faço graça de mim mesmo, apesar de não me achar tão ruim quanto esse diretor”, brinca Müller aos risos.  

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