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Após sete anos de jejum, Marjorie Estiano retorna mais ‘retrô’ à música

'Oito' de Marjorie Estiano -R$ 23 (itunes)
‘Oito’ de Marjorie Estiano -R$ 23 (itunes)

Após encarnar a vilã Cora na novela “Império” e prestes a entrar em cartaz no cinema com o filme “Apnéia”, a atriz Marjorie Estiano finalmente encontrou tempo para se dedicar ao seu lado musical.

A volta ao mundo da música acontece com o disco “Oito”, sete anos depois de “Flores, Amores e Blábláblá”, último álbum da cantora. E o retorno acontece assim, entre trabalhos simultâneos, seja na TV ou no cinema. “Eu vou elaborando meus projetos e quando surge uma oportunidade de lançá-los, um está mais a frente do outro. Eu fui fazendo o disco, mas também fiz outras coisas, foi tudo em processo”, explicou ela.

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Marjorie apresenta agora uma sonoridade bem diferente de seus dois registros anteriores, mas que não soa estranho aos fãs de longa data. Em 2010, a cantora fez a série de shows “Combinação Sobre Todas As Coisas”, na qual experimentou musicalmente um pouco de tudo e resquícios dessa experiência podem ser encontrados no novo álbum. “Eu estava justamente na busca de um repertório, ou de uma sonoridade. Fui exercitando isso através de combinações e continuei buscando mesmo depois da turnê, até que efetivamente a gente começou a produção desse disco há dois anos”, explicou ela.

Com “Oito”, Marjorie acredita ter crescido como artista, não sendo mais a mesma cantora do seu primeiro CD homônimo. “A Marjorie mudou com a minha maturidade, com as experiências que eu fui acumulando. No primeiro álbum existia uma relação direta com a personagem [Natasha, de Malhação]. Eu era um elemento, um interlocutor. O segundo disco foi lançado ainda no universo do primeiro, na tentativa de ir buscar outras coisas. O ‘Oito’ é o primeiro álbum em que eu realmente sou a engrenagem principal”.

Por que você ficou tanto tempo sem lançar material novo?
Marjorie Estiano: Na verdade, nos projeto nos quais eu me envolvo existe uma razão de oportunidade, seja teatro, televisão ou música. Então, eu vou elaborando eles e quando surge uma oportunidade de lançá-lo, um está mais a frente do outro, e por aí vai. Eu fui fazendo o disco, mas também fui fazendo outros projetos. Não foi um exilio ou algo do tipo, foi tudo em processo, acabou que o CD foi se realizar depois de outros projetos.

Alguns anos atrás você fez a turnê “Combinação Sobre Todas as Coisas”. Dá pra dizer que o “Oito” começou ali?
Sim, com certeza. Eu estava justamente na busca de um repertório, ou de uma sonoridade, e eu fui exercitando isso através de combinações, e continuei buscando mesmo depois da turnê, até que efetivamente a gente começou a produção desse disco há dois anos.

Você chegou a pensar em uma imagem que queria que as pessoas tivesse de você quando escolheu “Por Inteiro” como primeiro single?

Título do álbum faz referência à quantidade de canções compostas por Marjorie para o disco | Divulgação
Título do álbum faz referência à quantidade de canções compostas por Marjorie para o disco | Divulgação

Na verdade, eu não pensei nisso. Não foi uma escolha a partir de qual imagem as pessoas teriam de mim, ou se a música era a mais representativa do repertório. “Por Inteiro” entrou na trilha de uma novela, “Geração Brasil”, e como ela já estava tocando eu achei que deveria liberar. Foi uma escolha feita a partir do fato de ela ter sido selecionada para a novela, foi a primeira que foi ao ar, não foi nem eu que selecionei. Eu ofereci o repertório para eles escolherem e “Por Inteiro” foi selecionada.

Musicalmente falando, a Marjorie do álbum “Oito“ mudou em relação à Marjorie primeiro álbum?
A Marjorie mudou com a minha maturidade, com as experiências que eu fui acumulando. Os dois primeiros repertórios foram projetos a partir de um personagem. No primeiro álbum existia uma relação direta com a personagem [Natasha, de Malhação], eu era um elemento, um interlocutor. O segundo disco foi lançado ainda no universo do primeiro, na tentativa de ir buscando outras coisas. O “Oito” é o primeiro álbum que está sendo gerado por uma escolha minha, não que os outros dois não tenham sido, é só que eles fizeram parte de um movimento do qual eu era só mais um elemento, e nesse novo álbum eu realmente sou a engrenagem principal.

Das onze canções, qual foi a mais difícil de desenvolver?
Todas elas foram difíceis, entre aspas. Todas elas tiveram um processo difícil de criação. A composição em si é um universo novo para mim, de descoberta. Cada música tinha sua forma de aparecer e de ser gerada, todas elas tiveram suas histórias. A dificuldade foi tentar deixar o meu lado racional um pouco mais em segundo plano e dar mais voz para minha intuição.

Em “Ta Hi”, a sua interpretação é bem diferente das versões já conhecidas. Essa diferença no modo de cantar aconteceu conscientemente?
Quando você interpreta uma canção, você não quer reproduzir algo que alguém já fez, e acho que você nem consegue realizar isso. Você é outra pessoa, você tem outra história de vida, as coisas te batem de maneira diferente, ainda que esteja num lugar comum. Então, quando eu gravei essa musica, eu me relacionava com aquela história mesmo, com a musicalidade dela, então não foi intencional. Acabou saindo dessa forma, mas não foi uma decisão racional.

Como se deram as participações no álbum?
As colaborações surgiram a partir das composições mesmo, eu ia ouvindo o que as composições pediam. Acho que as musicas já trilham o caminho, elas já te direcionam para um tema ou uma participação. A gente sentia que dentro daquele universo do reggae [em Luz do Sol] a música pedia uma outra voz, uma voz de peso, algo mais masculino, e aí a gente pensou no Gil. Na verdade, fizemos uma tentativa, era uma expectativa que ele pudesse participar porque ele é muito ocupado, mas ele é super receptivo, extremamente generoso, e fui muito feliz em ter uma música minha com ele, foi uma realização. A mesma coisa com a Mart’nalia. A música que foi sugerindo uma participação. Essa musica inteira [A Não Ser O Perdão] teve um clima mais ficcional, imagético, de personagens. Essa música eu acho que é a que tem mais humor e a Mart’nália mesmo é a uma personalidade bem carismática.

Na sonoridade, o “Oito” é bem diferente dos seus álbuns anteriores. Você já pensou em como vai fazer para integrar o “Oito” com as músicas mais antigas nos shows?
O meu repertório antigo não vai fazer parte desse show novo. Vai ter algumas versões de musicas que tem universo similar a o que eu estou apresentando no “Oito”. São versões de músicas do Roberto Carlos… Tem brega, rock, tem lugares diferentes que se comunicam com a sonoridade do novo álbum.

Quando a turnê promocional do “Oito” virá para São Paulo?
Acho que em novembro.

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