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‘O Físico’ faz adaptação genérica de best-seller de Noah Gordon

Baseado no popular romance homônimo de Noah Gordon, “O Físico” acompanha a trajetória de Rob Cole (Tom Payne), jovem inglês que, em meados da Idade Média, vai para a Pérsia estudar para se tornar médico.

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Seu mestre é Ibn Sina (Ben Kingsley) –também conhecido como Avicena– uma filósofo e pesquisador nos primórdios da medicina, cujas pesquisas foram ensinadas na Europa ainda por cinco séculos depois de sua morte, no século 11, no Irã.

Com pouco mais de duas horas, o filme, que é uma produção alemã, também já foi uma série de televisão em seu país, e isso é perceptível. A reedição para o cinema torna tudo mais apressado, arrastado e a narrativa mal resolvida, com uma profusão de personagens difíceis de distinguir.

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Ao centro de “O Físico” estão questões como o nascimento da medicina e o choque entre culturas, que acontece quando Cole deixa a Inglaterra, depois de perder a mãe por uma doença misteriosa.

Nessa mesma época, ainda criança, o protagonista descobre ter uma espécie de dom sobrenatural: é capaz de perceber quando uma pessoa está perto da morte. Sua carreira começa como aprendiz de um curandeiro/barbeiro (Stellan Skarsgård), capaz de fazer amputações e usar sanguessugas como seu método mais revolucionário.

Quando ganha gosto pela medicina, o rapaz resolve que deve ir para Isfahan e estudar com o “médico dos médicos”, Sina (Ben Kingsley). Uma vez que cristãos não são aceitos no mundo islâmico, Cole precisa passar-se por um judeu.

Já estabelecido na Pérsia, no entanto, surge uma trama política envolvendo o xá Ala ad-Daula (Olivier Martinez), e a tentativa de tomada do seu poder. Como este sofre das mesmas dores que consumiram a mãe de Cole –agora conhecido pelo nome de Jesse ben Benjamin–, o jovem pode ter um papel central na resolução do imbróglio.

O roteiro, assinado por Jan Berger (“A Terra Encantada de Gaya”) e a direção de Philipp Stölz não aprofundam as questões mais espinhosas, que envolvem poderio militar e religião – ao menos, não na versão cinematográfica. Questões políticas também passam batidas.

Payne se esforça, mas seu personagem é pouco carismático. Nem um romance com a jovem Rebecca (Emma Rigby) traz alguma nuance para Cole, que atravessa o filme apático, enquanto Kingsley e Skarsgård nem precisam se esforçar quando estão em cena.

Todos eles, entretanto, precisam enfrentar uma trilha sonora insistente e fraca, que atravessa o filme todo. Não fosse a popularidade do livro, é pouco provável que esse filme insosso chegasse aos cinemas brasileiros.

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