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11ª Temporada de Dança do Teatro Alfa começa em São Paulo

Divulgação
Onqotô, do GrupoCorpo | José Luiz Pederneiras/Divulgação

Como já é de praxe, o Grupo Corpo é o abre-alas da Temporada de Dança do Alfa, que dá nesta quarta-feira a largada a sua edição 2014 com uma dobradinha de espetáculos da companhia mineira coreografados por Rodrigo Pederneiras.

A seleção apresenta “Triz” (2013), estreia do ano passado, criada a partir de uma trilha original de Lenine, e “Onqotô” (2005), baseada em composições de Caetano Veloso e José Miguel Wisnik.

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Essa é uma oportunidade de o público reencontrar esse último trabalho, que não é dançado no Brasil há oito anos. No entanto, a companhia nunca parou realmente de dançá-la. “Como fazemos muitas turnês no exterior e apresentamos um programa diferente em cada lugar, essas peças estão sempre prontas”, explica Pederneiras. “Quando novos bailarinos chegam na companhia, se assustam um pouco, porque é muita coisa para aprender e dá um trabalho danado.”

Para ele, “Onqotô” não perdeu sua atualidade. “Ela fala de algo muito filosófico. Onde estamos, para onde vamos e o que estamos fazendo aqui? É uma peça que poderia ter sido feita hoje”, diz ele sobre o trabalho, intitulado a partir de uma corruptela mineira para a frase “onde é que eu estou?”.

O paralelo entre ela e “Triz” está em torno de limites. Enquanto a primeira representa uma falta de limitações, ao falar de cosmo e origem do universo, a segunda explora justamente o que pode ser feito quando há restrições – a peça foi concebida com a colaboração dos bailarinos após o coreógrafo sofrer problemas com o joelho. “Existem limites para todos. Perguntamos que limites são esses que nós temos, até no aspecto de relacionamentos”, pontua.

Serviço: No Teatro Alfa (r. Bento Branco de Andrade Filho, 722, Santo Amaro, tel.: 5693-4000). Seg., qua. e qui., às 21h; sex., às 21h30; sáb., às 20h; dom., às 18h. De 50 a R$ 130. Até 18/8.

Confira a programação:

São Paulo Companhia de Dança (SP) – de 21 a 24/8 – “Temos poucas companhias de São Paulo. Nossa única exceção é a SPCD. Temos um compromisso deles de fazer estreias importantes aqui. Este ano tem “workwithinwork”, do Forsythe, e um clássico, “Le Spectre de La Rose”, de Fokine.

Cia. de Dança Deborah Colker (RJ) – de 29/8 a 7/9 – “A coreógrafa adapta a história da ‘Belle de Jour’, que o Buñuel também fez no cinema. É muito sensual e bonito.”

Alonzo King Lines Ballet (EUA) – de 26 a 28/9 – “O coreógrafo se formou com Alvin Ailey. Ele é de origem africana e tem formação clássica. Seu trabalho resulta dessas duas informações. Nessa peça, ‘Constellation’, as luzes têm um papel importante.”

Cia. Antonio Gades (Espanha) – de 30/9 a 1º/10 – “O grupo faz uma homenagem aos dez anos de morte de Gades. Com participação de Carlos Saura na [concepção da] coreografia, a companhia traz o espetáculo ‘Fuego’ (1989)”

Akram Khan (Reino Unido) – de 17 a 19/10 – “‘Desh’ (2011) tem a ver com memórias da infância do coreógrafo em Bangladesh. É uma peça tecnicamente muito sofisticada.”

Ballet do Teatro Mariinski (Rússia) – de 19 a 23/11 – “Esse é um ponto fora da curva [da temporada], por ser um ‘classicão’.  A companhia vai apresentar ‘O Corsário’ (1856), uma peça onde as figuras masculinas expõem sua técnica de uma forma muito forte.”

 

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