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Vitor Ramil lança ‘A Primavera da Pontuação’, seu terceiro livro de ficção

Vitor lança seu terceiro livro de ficção | Satolep/Divulgação
Vitor lança seu terceiro livro de ficção | Satolep/Divulgação

Compositor de canções primorosas, Vitor Ramil também não deixa por menos na literatura. Seu terceiro livro de ficção, “A Primavera da Pontuação”, ganha o leitor pela trama divertida e a crítica sociopolítica apresentada em tom de fábula. Mas, antes disso, surpreende pela construção dos personagens, extraídos da gramática portuguesa.

A história acompanha os dias de revolta de uma população depois de um grave acidente: uma palavra-
caminhão atropela um ponto numa esquina de frases e foge. A indignação parte principalmente das exclamações, vírgulas e interrogações, que, aos poucos, atraem outros manifestantes. Grego e Latino são os mais radicais, enquanto o Agente da Passiva é deslocado pelo Regente para investigar a situação.  Detalhe: tudo se passa em Ponto Alegre.

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A engenhosidade da história revela uma pesquisa detalhada sobre as regras gramaticais e figuras de linguagem, com direito a um apêndice no final que facilita a vida do leitor para encontrar cacófatos, falsos cognatos, dígrafos, onomatopeias e vogais intrusivas, com suas regras afins.

Prestes a embarcar para uma temporada em Barcelona, na Espanha, Ramil confessa que, apesar de não ser sua intenção, ficou satisfeito quando um amigo comentou que ia voltar a estudar gramática depois do livro.

Entrevista – Vitor Ramil

“A Primavera da Pontuação” - Vitor Ramil (Cosac Naify, 192 págs., R$ 33)
“A Primavera da Pontuação” – Vitor Ramil (Cosac Naify, 192 págs., R$ 33)

De onde veio a inspiração para essa trama? 
Veio principalmente das histórias que eu contava para os meus filhos, deste ambiente familiar, descompromissado. Até hoje conto histórias para os meus sobrinhos, eles se divertem porque percebem que vou inventando tudo na hora.

E onde entra a gramática?
Eu sempre gostei de brincar com as palavras, como é o caso de “Satolep”. Todo mundo sabe que é Pelotas ao contrário, mas criei um universo bem particular aí. Com meus filhos, fazia o mesmo, inventava situações estapafúrdias para a origem das palavras.

O livro apresenta associações geniais…
Acho que nunca trabalhei tanto tempo num projeto (risos). Pesquisei muito, voltei à gramática porque queria que tudo estivesse bem fundamentado. Mas foi divertido criar os verbos que fazem flexões, as irmãs próclise, ênclise e mesóclise.

Há ainda situações de revolta que estiveram em jornais.
O interessante é que a história é essa desde o começo. Escrevi a primeira parte do livro em 2002 e entreguei para a editora em 2011. Adaptei algumas poucas coisas, como o título.  METRO POA

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