Após abandonar os quadrinhos, autora de «Mulheres Alteradas» estreia em romances com «Segredos de Menina», em que se vale de memórias pessoais para narrar adolescência de garota-problema nos anos que sucederam a ditadura argentina
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Este é seu primeiro trabalho sem deadline. Quando você se deu conta de que o livro estava finalmente pronto?
(risos) Levei quatro anos para escrever o romance, que teve 13 versões. Simplesmente percebi quando estava pronto. Creio que terminei quando disse “basta!”, porque, se quisesse mudar algo, teria que escrever tudo de novo.
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O que essa liberdade de tempo conferiu ao trabalho?
A possibilidade de percorrer outros caminhos e de poder ler bastante. Tinha muita coisa pendente dos anos em que estava trabalhando e desenhando muito. De repente, me vi com tempo e resolvi primeiro ler para escrever.
O fato de usar elementos autobiográficos no livro tem a ver com alguma vontade de exorcizar seu passado?
Não. Acho que tem mais a ver com minha ignorância literária. Não sabia construir um personagem de ficção totalmente independente. Espero ter avançado para sair um pouco do tema ou, pelo menos, tratar de disfarçá-lo.
A protagonista vive situações muito pesadas, mas com humor. Foi difícil encontrar este equilíbrio?
Sim, porque este é o tom do romance, que fala de coisas terríveis, mas que podem ser contadas com humor e simplicidade, sem vitimização.
Agora você está preparando um novo romance…
Sim, lentamente, mas ainda não entrei na viagem da escrita. Quer dizer, comecei, mas não gostei do que já fiz.
O que você anda fazendo?
Vivia no Uruguai e acabei de me mudar para Buenos Aires, o que tem sido complicado. Depois de 12 anos em uma cidadezinha, voltar está sendo uma loucura e acabo não tendo muito tempo. Também estou desenhando uma linha de aquecedores, algo que me diverte porque gosto de fazer coisas diferentes. Isso me fez perceber que continuo gostando de desenhar, desde que não excessivamente.
Os quadrinhos são mesmo página virada para você?
Creio que sim. Mas tudo é imprevisível. Dizia que nunca mais teria cabelo longo, porque achava ridículo, mas deixei crescer (risos). Não sei o que o futuro me reserva.