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Na taça, Jerez

Provavelmente eu entenda tanto de vinho Jerez quanto quem me lê, se você, caro leitor, for leigo. Peço desculpas aos iniciados e especialistas. Aos que estão se perguntando porque continuar, então, a percorrer essas pobres linhas, me defendo explicando que tive a oportunidade de experimentar dois vinhos da linha Classic, Dry Manzanilla e Fino, e o porradão Oloroso Antique, todos da vinícola Fernando de Castilla, em um jantar harmonizado com comida japonesa, no Nosu, que fica na rua Maria Curupaiti, 441, na Casa Verde. Até então, havia – acredito que como muitos – apreciado o vinho em questão apenas em coquetéis, que, claro, são uma composição com vários sabores, o que não dá a dimensão do que é a bebida, assim, na nudez de um bom trago, ou de vários deles, como foi o caso, confesso.

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Curiosa que sou, me joguei na experiência. Para quem ainda não foi dar um Google, vou tentar não passar vergonha simplificando muito o que me explicaram com propriedade naquela deliciosa noite. O Jerez é um vinho produzido na região de Jerez de la Frontera, na Espanha, e somente lá, onde há todas as condições climáticas e todos os alinhamentos planetários para se obter este vinho salino e floral, com sabor bastante peculiar, que é fortificado com aguardente e submetido a processos únicos.

Mas, apesar de todas as especificidades, veja, é um vinho e feito com uvas brancas. E vinhos brancos combinam maravilhosamente bem com peixes e frutos do mar, não é mesmo? Logo…. bingo! Casamento perfeito com as iguarias asiáticas preparadas no Nosu. Ponto altíssimo, na minha opinião, o Oloroso Antique com um niguirizushi que leva atum e um pedaço de foie gras. Mas os também untuosos sushis preparados com barriga de salmão e com gema de ovo de codorna completaram o espetáculo. Poderia comer isso todos os dias. Não só, foi muito interessante acompanhar os da linha Classic com vieiras, deliciosos sashimis de robalo e atum, tempurá de camarão e até com o, para mim inédito, tempurá de milho. A minha impressão é a de que o Jerez pode sim harmonizar com muitos pratos, até com os mais potentes. Fiquei intrigada e curiosa para os próximos capítulos.

E, além de descobrir este universo de sabores, a mágica da boa mesa ainda cumpriu o seu papel, afinal, o melhor da comilança é compartilhar boas experiências e sabores, e, como aconteceu, fazer novos amigos, rever os velhos e bons e brindar à vida, que não anda fácil, mas continua boa.

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