Devemos ou não reabrir as escolas? Essa é a questão que a maior parte das capitais do país ainda tenta responder – e que São Paulo deverá definir nesta semana. Após seis meses de confinamento, grande parte das famílias diz não se sentir segura para a volta às aulas presenciais devido aos riscos de transmissão da covid-19. Especialistas, porém, alertam para os possíveis prejuízos do isolamento nas crianças e nos adolescentes.
Aprendendo com o vírus
Denis Mizne, diretor-executivo da Fundação Lemann (uma das principais ONGs voltadas à melhoria da educação no país) está neste grupo. Segundo ele, a educação precisará aprender a conviver com o vírus porque “não haverá um cenário de risco zero”. Ele acredita que é necessário reabrir as escolas o quanto antes, diante da perspectiva de enormes prejuízos para a saúde mental e para o aprendizado.
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Difícil comprender
“O que a gente tem visto fora do Brasil, que pode servir como estímulo, é que a imensa maioria dos países europeus que reabriu no final do primeiro semestre não teve aumento de contágio”, argumenta. “Parece difícil compreender por que o último setor para o qual iremos discutir protocolos de reabertura no Brasil seja o setor educacional.”
Os riscos para 2021
“A retomada deve se dar o quanto antes e temos que discutir de que forma, pois corremos o risco de retomar essa discussão apenas em 2021 e ficar sem aula no ano que vem também”, alerta Mizne. O especialista lembra que, do ponto de vista de imunização coletiva, não haverá grandes mudanças entre novembro deste ano e fevereiro do ano que vem. “Não teremos toda a população vacinada.”
Informação para as famílias
O diretor-executivo avalia que só a reabertura das escolas trará o aprendizado de como elas poderão funcionar na pandemia, garantindo o aprendizado das crianças neste contexto. Segundo ele, diretores de escolas devem falar com as famílias para explicar como será a volta. Caso contrário, os pais, em sua maioria, seguirão contra a reabertura.