Vai soar familiar para muita gente a forma como Lovecraft Country aborda seu universo temático, no primeiro episódio da nova série da HBO, exibido no último domingo. É familiar não só pelas referências e pelas citações pontuais de personagens, temas e situações tirados da “baixa literatura” de H.P. Lovecraft e Edgar Rice Burroughs, mas principalmente é familiar porque trata esse universo de fantasia pelo olhar do fã.
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A reviravolta que torna Lovecraft Country interessante é que essa romantização da eterna infância do nerd – uma fantasia essencialmente branca, masculina e heterossexual – é impossível para os negros nos EUA, que descobrem cedo o fim da inocência e as injustiças da vida. A série se passa nos anos 1950, nos anos tensos que antecedem as conquistas de direitos civis na década de 1960, e a segregação institucionalizada está no centro da trama, sobre monstros metafóricos e “reais” do racismo.
Na essência, a série propõe uma grande revanche contra esse racismo, que vem como catarse tarantinesca – na medida em que atribui a si mesmo, por meio da cinefilia, uma autoridade para reescrever e corrigir injustiças históricas na ficção. Lovecraft Country é a cultura de fã legitimada na práxis em nome de um bem maior.
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