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O Brasil que pedala

Em Afuá, no Pará, o trânsito motorizado é proibido Divulgação

Organizado por Daniel Guth e André Soares, o livro “O Brasil que Pedala” é resultado de uma meticulosa e rica pesquisa em onze pequenas cidades brasileiras que mantêm a cultura da bicicleta. “Este livro foi concebido para trazer à tona essa realidade desconhecida para muitos brasileiros e para contrastá-la com a grave situação das grandes cidades, oferecendo-lhes uma alternativa possível, real. Também pretendemos prestar uma homenagem às cidades menores, usuárias da bicicleta, e a seus habitantes, e publicamente declarar o valor da cultura que preservam”, dizem os autores. Entre setembro e novembro de 2017, pesquisadores foram a campo para entrevistar ciclistas nas onze cidades escolhidas, em um total de 2.208 entrevistas.

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O livro, que pode ser baixado gratuitamente no site da Aliança Bike é um alento para todos nós, por mostrar como esse veículo inteligente, sustentável, saudável, econômico e transformador, resiste e se fortalece no nosso país.

Importante notar que as pequenas cidades brasileiras também vêm reproduzindo o velho modelo dos veículos a combustão dominante nas capitais, com carros e principalmente motocicletas em quantidade, mas a tradição da bicicleta felizmente tem se mantido.

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Capa do livro “O Brasil que pedala - A cultura da bicicleta nas cidades pequenas
Capa do livro “O Brasil que pedala – A cultura da bicicleta nas cidades pequenas»

A primeira cidade a ser apresentada no livro é um caso especial: em Afuá, no Pará, o trânsito motorizado é proibido. Como foi erguida sobre plataformas de madeira, de forma a não ser inundada pelas cheias dos três rios que a cercam, Afuá é o único município brasileiro onde carros e motos são proibidos em toda sua extensão. Todo mundo pedala em Afuá, e quem não está pedalando ou segue de carona (em uma bike) ou está caminhando. A autonomia é conquistada desde cedo, pois as crianças vão de bicicleta à escola com os irmãos ou amigos. Há quase uma centena de bicitáxis circulando por ali. E muitas mulheres no pedal: enquanto nas onze cidades pesquisadas a média é de 34,9% de mulheres pedalando (ainda assim, um número expressivo, uma vez que em São Paulo apenas 14% das mulheres pedalam), em Afuá o percentual atinge 51%.

Vale baixar o livro, que nos traz grande alegria de saber que essas cidades mantêm viva uma tradição que só traz vantagens. Bicicleta é igual a saúde, cidadania, economia financeira, sustentabilidade, socialização, autonomia, liberdade e felicidade. É o que faz de algumas cidades, boas cidades. Devemos nos inspirar nelas para viver melhor.


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