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Home Office, um aliado da mobilidade

A pandemia causada pelo coronavírus e a necessária quarentena geraram situações atípicas na mobilidade urbana. Os congestionamentos sumiram. As cidades estão mais quietas e calmas, e os níveis de poluição caíram drasticamente: na capital paulista a redução foi de 50% em apenas uma semana, segundo pesquisa da Cetesb, que comparou os períodos entre os dias 15 e 21 de março (antes da quarentena) e entre 22 e 28 de março.

Empresas aderiram em massa ao home office, uma prática já usa – da há tempos em países europeus e nos Estados Unidos. Nesse sistema, o funcionário pode ter algumas reuniões presenciais no escritório ou em outro local, mas trabalha a maior parte do tempo em casa. O importante é a entrega, não a presença física.

Há muitas vantagens nesse modelo de trabalho, especialmente em relação à mobilidade. Por não precisarem circular em horários de pico, as pessoas ganham tempo, saúde e dinheiro. E as empresas também economizam, reduzindo recursos básicos e retendo seus talentos em um sistema que, bem implantado, pode ser muito mais produtivo.

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Segundo André Miceli, diretor-executivo da Infobase e coordena – dor do MBA em Marketing e Inteligência de Negócios Digitais da FGV, o home office deve crescer 30% após a crise do coronavírus.

É toda uma cultura empresarial que está prestes a mudar, dificilmente as relações de trabalho vão ficar como eram, apostam os especialistas. Para Miceli, o home office é um caminho sem volta, pois melhora sensivelmente o trânsito e aquece a economia de uma outra maneira, ao mesmo tempo que dá às pessoas a oportunidade de viver com mais saúde.

Para as cidades há também uma grande economia de recursos. A troca dos encontros presenciais pelos virtuais, como já acontece em universidades e escolas que adotam o ensino a distância, deverá prevalecer no futuro e é uma ótima alternativa para grandes metrópoles.

Algumas prefeituras, como a do Rio de Janeiro, instituíram horá – rios escalonados para atividades no comércio e na indústria, a fim de diminuir, nessa fase da covid-19, a concentração de pessoas circulando no mesmo período. O escalonamento dos horários dos diversos setores pode também ser instituído de forma permanente para reduzir congestionamentos. E também o teletrabalho deverá ser muito mais utilizado. Empregado com sabedoria e bom senso, ele é uma poderosa ferramenta que trará benefícios para a mobilidade e ganhos de produção. Cabe agora aos gestores públicos, às empresas, aos profissionais e à sociedade em geral aproveitar as lições obtidas nesses tempos. É hora de abrir a cabeça, ampliar os horizontes e implantar modelos de trabalho mais flexíveis, econômicos, sustentáveis e saudáveis.

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