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Um ciclista na quarentena

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Confira o bate-papo com o professor, artesão e mecânico de bicicletas Bruno Uehara

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Além de ciclista em período integral, o arquiteto Bruno Uehara é um apaixonado por esse modal. Tanto que criou um manual gratuito sobre a anatomia da bicicleta, para ajudar as pessoas a entender melhor suas bikes (download no link https://uehara.cc/anatomia-da-bicicleta-download/).

 

Como você está passando a quarentena e o que acha que ela pode nos ensinar?

Tenho sorte de poder trabalhar remotamente com as consulto – rias e com meus produtos digitais, pois as aulas presenciais de mecânica foram canceladas. É uma fase dolorosa para os microempreendedores, pois se já não era fácil, agora tornou-se ainda mais complicado.

A quarentena mudou, para sempre, a forma de trabalhar. Faz sentido deslocar-se para o escritório quando tudo que se faz é responder e-mails e entrar em reuniões?

Acho que não. Tanto empresas quanto funcionários estão percebendo isso. Há males que vêm para o bem. Os grandes centros urbanos, como São Paulo, já viram uma redução drástica na poluição e não é somente a do ar: o silêncio e o horizonte agora podem ser vistos e percebidos. Antes, com os carros realizando trajetos pendulares, era impossível.

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O uso da bicicleta é recomendado na quarentena, seja para lazer ou meio de transporte?

Para quem não puder trabalhar de casa, é recomendável utilizar a bicicleta como meio de transporte. Inclusive, nesta terça-feira (24), graças à Aliança Bike, o Governo do Estado de SP enquadrou o serviço de oficinas e bicicletarias como essenciais para a população, para quem utiliza a bicicleta como meio de transporte. Mas como a contaminação também acontece via aérea, estou evitando utilizá-la para o lazer e a prática esportiva; apenas para deslocamentos necessários.

O que você sugere para quando voltarmos ao quadro padrão de locomoção?  Como podemos melhorar a nossa mobilidade?

As ruas estão vazias e acredito que ninguém está sentindo falta das buzinas, da fumaça, do calor dos motores e dos congestionamentos (sem falar da violência verbal). Esta é a lição: precisamos investir na infraestrutura cicloviária. Enquanto não incentivarmos o uso da bicicleta (como tem feito Bogotá, com plano de expansão cicloviária em plena pandemia) não teremos um aumento no número de ciclistas, a exemplo do que ocorreu na última gestão da Prefeitura de São Paulo. Mais ciclovias significam mais ciclistas, menos morte no trânsito, mais qualidade do ar, mais saúde e redução do estresse.

 

 

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