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Aprendizado de maratonista vale como MBA em estratégia

Menos de 150 brasileiros completaram as Six Majors — as seis maiores e mais tradicionais maratonas do mundo, realizadas em Berlim, Boston, Chicago, Londres, Nova York e Tóquio. A executiva Sara Velloso está eles, e conta a sua história no livro Seis Corridas, recém lançado pela EFeditores. Sara é uma mulher real, não nasceu atleta: ex-fumante e ex-sedentária, decidiu começar a correr em 2008, aos 40 anos. O relato de suas vivências e aprendizados interessa não apenas aos corredores e maratonistas, mas a todas as pessoas que buscam encontrar seus próprios caminhos.

Sara compartilha a seguir alguns aprendizados dessa trajetória

Realizar um projeto de longo prazo.
«O planejamento de uma maratona leva de seis a oito meses. Antes, eu era incapaz de comprar um ingresso para uma peça de teatro no mês seguinte porque não sabia se teria vontade de ir no dia.”

Vivenciar cada etapa desse projeto.
“Foi um aprendizado entender tudo o que precisaria para concretizar o plano, segmentar em etapas e, em cada fase, reconhecer quais eram as adversidades a serem enfrentadas, estudar como superei cada uma e seguir para o próximo passo. Esse processo foi fundamental para concluir o projeto de forma positiva.»

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Viver o presente e construir memórias.
«Estamos sempre focados no futuro — quando eu terminar a maratona, quando eu for promovida, quando meu filho casar, quando eu me formar. Mas e o presente? Como vivi cada treino, quem encontrei, o que aprendi? Construir essas memórias e trazer isso comigo é de uma riqueza imensa.”

Buscar apoios sólidos.
«Por mais que pareça que um projeto é uma linha contínua, estamos sempre sujeitos a situações inesperadas que vão nos tirar da zona de conforto e até ameaçar o resultado. Nesses momentos, com quem posso contar? Daí a importância de montar uma equipe multidisciplinar de suporte (no caso da maratona, com treinador de corrida, musculação, nutricionista, fisioterapeuta), pois no dia a dia as coisas não acontece exatamente como planejamos. É esse time que vai estar comigo na hora de ultrapassar os obstáculos.»

Saber que é um processo espiral.
O aprendizado e os desafios são contínuos. Meus projetos não acabaram em uma maratona ou no Six Majors: tem sempre mais um objetivo lá na frente.»

«Correr uma maratona é uma grande formação em planejamento estratégico para a vida: do ponto de vista pessoal, de organização e otimização do tempo, de cuidados com a saúde e a alimentação, enfim, de responsabilidade consigo mesmo para ter energia e cumprir o desafio”, conta. Lidar com todas as adversidades exige inteligência emocional: o treino nem sempre rende como gostaríamos, é comum acontecerem lesões que exigem pausa para a recuperação ou alteração de ritmo. As maratonas também desafiam o corredor a um planejamento financeiro para as viagens, sem falar na organização da vida pessoal.

“Correr uma maratona não pode significar abandonar o trabalho, descuidar da carreira, da família, dos amigos, da saúde. Sinto que fiz um MBA de planejamento estratégico e que esse desafio foi um catalizador de inteligência emocional.»

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