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Do Olimpo ao Paraguai

Não entendi e aliás nem entendo como o Ronaldinho Gaúcho e o irmão entraram com passaporte falso no Paraguai. Sei lá, estou escrevendo a coluna domingo à noite e algo pode ter sido esclarecido de lá pra cá. Mas não justifica.

O cara foi um dos maiores jogadores do mundo, é embaixador do Barcelona e do turismo brasileiro. Tem muita grana. Mas, depois que parou de jogar, se meteu em uma série de encrencas. Culpa do irmão, alguns dizem.

Prefiro acreditar no que dizia meu amigo Sócrates, este sim, além de um craque fantástico, um ser humano melhor ainda. Fomos criados na mesma época em Ribeirão Preto e jogamos bola juntos. Quer dizer, ele jogava e muito, foi gênio, e eu tentava.

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Depois do mundo da bola, ele como monstro do futebol, eu como jornalista, ficamos amigos. Nossa infância e o amor pela bebida (eu mais que ele) e por histórias nos uniam. O Magrão, como era conhecido, sempre disse que era difícil separar o personagem do ser humano quando a carreira, o jogo, acaba.

Muitos entram em parafuso. Outros fazem isso mesmo enquanto estão jogando. Muita fama, dinheiro e idolatria. Para alguns, isso some de vez. Para outros continua, mas de um jeito diferente. Fica a fama, mas não os gols e jogadas geniais que os imortalizaram num momento que permaneceu congelado no passado. As manchetes somem. O jogo acabou.

Hoje, muitos lidam melhor com isso, mas deixar de ser o super-homem da noite para o dia não deve ser legal. Não sei, pois nunca tive nem terei o sucesso global desses caras, mas há algo de errado com a história.

Deve ser mais ou menos como os venerados deuses gregos do Olimpo, que liderados por Zeus foram apagados da história. O que houve com eles? Ninguém sabe, mas hoje provavelmente terminariam suas glamourosas existências passando uns dias numa prisão paraguaia. Afinal, deve ser difícil deixar de ser um deus da noite para o dia.

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