Mais de um mês após declarar que os filmes do Marvel Studios “não são cinema”, Martin Scorsese decidiu desenvolver sua crítica em um editorial publicado no New York Times. No texto, o cineasta afirma que sua opinião é baseada na forma de se consumir e produzir os filmes de franquia, cada vez mais dominantes nas salas de cinema, dando menos espaço para trabalhos originais.
Para o diretor, quanto mais os estúdios produzem aquilo o que o público quer consumir, mais os espectadores se acomodam com a “falta de riscos” apresentada pelos cineastas.
Scorsese reforça que filmes como “Psicose” e “Pacto Sinistro”, de Alfred Hitchcock, foram grandes eventos em suas estreias, mas que a veneração por esses filmes quase 70 anos depois se deve à qualidade das obras. O diretor ainda lamenta o grande número de cinemas independentes indo à falência, diminuindo as opções de filmes disponíveis para o público.
Segundo o cineasta, a opção das grandes redes de cinema por reservar diversas salas para a exibição de blockbusters faz com que diretores e produtores precisem procurar maneiras alternativas para produzir e lançar seus filmes, como é o caso de “O Irlandês”, novo filme de Scorsese que ficará por pouco tempo em cartaz antes de chegar à Netflix, no final do mês.