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O assédio nas ruas e no transporte coletivo

Recentemente a atriz Laryssa Ayres, da TV Globo, ajudou a expulsar um homem que se recusava a sair do vagão feminino do metrô do Rio de Janeiro. Desde 2016, lei garante vagão exclusivo para mulheres no sistema de trens e metrô do Rio. Das 6h às 9h e entre 17h e 20h, apenas elas podem acessar o vagão especial.

É claro que seria melhor que não houvesse essa segregação, com os chamados “vagões rosa”,  exclusivos para as mulheres. Em países desenvolvidos, onde há medidas claras para combater o assédio e os agressores são realmente responsabilizados, isso não acontece. Mas no Brasil, que sofre com os casos de feminicídio – segundo pesquisa, mais de 200 crimes ocorreram no país neste ano –, o assédio e a importunação sexual são uma triste sina na rotina diária das mulheres nas ruas.

No dia 15 de outubro, o governo de São Paulo sancionou lei que permite que mulheres, travestis, transexuais e idosos possam descer fora do ponto do ônibus, em locais mais seguros e acessíveis, entre 22h e 6h. A medida ajuda na questão geral de segurança, já que há uma vulnerabilidade maior à noite e nem todos os pontos de ônibus se localizam em lugares iluminados e movimentados. Até então, somente passageiros com deficiência tinham o direito de descer em locais que não sejam pontos de coletivo.

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Enquanto não há outras medidas públicas para sanar essa questão, startups criam soluções tecnológicas que ajudam a combater o problema. Em Fortaleza, desde o início de março, as mulheres que usam transporte público contam com o botão de denúncia “Nina” no app “Meu Ônibus”, disponibilizado pela prefeitura. Em um simples clique, elas podem denunciar casos de assédio, informando o número da linha e descrevendo fisicamente o suspeito. A partir de câmeras de monitoramento nos terminais e nos veículos, um sistema separa as imagens do local e dados da ocorrência. Essas informações vão para uma plataforma que é acessada por delegacias como a da Criança e do Adolescente ou de Defesa da Mulher. Segundo dados da prefeitura em Fortaleza, a cidade registra casos de assédio a cada três horas no transporte público.

Quanto maior e mais precisa for a denúncia de assediadores, menor será a impunidade, um mal brasileiro, e maior será a segurança para as mulheres brasileiras. Não só para as que circulam em trens, metrôs e ônibus, mas também para as que andam em carros, motos, bicicletas, patinetes e a pé.

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