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Viva Melhor: 6 passos para um cérebro saudável

Nos últimos 50 anos, a expectativa de vida aumentou 20 anos. E, como bem define Elisa Kozasa, pesquisadora do Instituto do Cérebro do Hospital Israelita Albert Einstein: «estamos com um bônus de 20 anos que só vale a pena usar se a gente puder viver bem”.

Quando o assunto é longevidade e qualidade de vida, cuidar da saúde do cérebro deve ser prioridade. E esses cuidados devem começar hoje, não importa qual a sua idade.
«Exercitar o cérebro é tão importante quanto exercitar o corpo”, afirma Kozasa, que é especialista em neurociência e comportamento.

Ela sugere os principais pilares para manter o cérebro em forma.

Recomendados

  1. Exercícios físicos (no mínimo uma caminhada): pessoas que se exercitam regularmente têm risco menor de desenvolver doença de Alzheimer e demência. A atividade física aumenta o fluxo sanguíneo para o cérebro, estimulando a memória e o aprendizado e melhora o humor.
  2. Dieta Mediterrânea. Com o envelhecimento ocorre a oxidação das células cerebrais. Uma dieta rica em antioxidantes, como a Mediterrânea, combate esse processo. A dieta tem como base verduras, legumes, frutas, cereais integrais, grãos, castanhas, sementes, gorduras boas (em especial o azeite de oliva), ervas e especiarias. Peixes e frutos do mar devem ser consumidos pelo menos duas vezes na semana. Leite, laticínios e ovos entram com moderação e as carnes e açúcares, com pouca freqüência.
  3. Check-up. Além de ir ao médico e fazer exames regulares, é preciso seguir as recomendações médicas e cuidar da saúde mental. Se não tratadas, doenças crônicas como o diabetes, a hipertensão, a obesidade e a depressão podem levar à demência.
  4. Estudar e ler. Exercitar o cérebro é tão importante quanto exercitar o corpo. E não é só fazer palavras cruzadas. O cérebro precisa de desafios: estudar uma nova língua, aprender matemática… Esses desafios melhoram o funcionamento do cérebro, estimula o aumento dos neurônios e previne demência.
  5. Conviver: viver em comunidade, conversar e interagir com as pessoas (amigos reais, não só os virtuais) e com a família previne a perda de memória. Um estudo da universidade de Harvard que acompanha o envelhecimento de um grande grupo de pessoas há cerca de 80 anos revelou que o relacionamento e a vida social é um dos fatores mais importantes para uma longevidade saudável.
  6. Dormir e meditar. Um sono reparador energiza o organismo, melhora o humor, estimula a imunidade e evita o acúmulo de substâncias relacionadas à doença de Alzheimer. Meditar é uma maneira efetiva de reduzir o estresse e aprender a lidar melhor com situações estressantes.

«É importante entender que, como estamos focados demais no mundo externo, precisamos fazer pausas e nos voltar para a gente. Yoga e práticas contemplativas (não necessariamente a meditação sentada) como ir para a natureza, ficar na praia olhando o horizonte ou no campo olhando as árvores são boas alternativas. O Japão tem um costume que está se propagando para o Ocidente que é o caminhar nas florestas — chamado de “banho de floresta”, para reduzir o estresse e aumentar a imunidade. A proposta é que as pessoas se sintam cada vez mais estimuladas a ir para a natureza simplesmente ficando em silêncio e contemplando”, diz Kozasa.

A pesquisadora participou na semana passada do evento Diálogos da Longevidade, projeto desenvolvido pela Bradesco Seguros, em São Paulo, em comemoração ao Dia do Idoso – ou Dia da Longevidade.

Kozasa, que estuda a influência da meditação no cérebro e na saúde, citou alguns exemplos da importância de acalmar a mente. Estudo realizado pela equipe da pesquisadora sobre os Efeitos do Treinamento de Meditação no Cérebro, publicado na revista norte-americana NeuroImage, concluiu que o cérebro de quem medita é mais eficiente. Neste estudo, um teste complexo de sustentação da atenção foi realizado com pessoas que meditavam havia 3 anos e pessoas que não meditavam, todos com alto grau de escolaridade.
Resultado: para ter o mesmo desempenho na tarefa quem não meditava precisava ativar várias áreas do cérebro a mais em comparação a quem meditava. É como se quem não meditasse precisasse fazer mais esforço para realizar o mesmo desafio.
”Outro estudo de Harvard mostra que quem medita tem algumas áreas do cérebro mais espessas do que quem não medita. A meditação deixa o cérebro mais saudável.»

Para comprovar a importância da meditação para a longevidade e no combate ao estresse Kosaza realizou um estudo com cuidadores de pacientes com doença de Alzheimer. «O risco de morte aumenta quando você se torna um cuidador principal de um doente com Alzheimer. Esses cuidadores estão morrendo antes dos pacientes”, conta a pesquisadora. Cuidadores com alto nível de estresse foram divididos em dois grupos e para um deles foi proposto um treinamento com yoga e meditação da compaixão. Depois de 2 meses, o grupo que passou pela intervenção (yoga e meditação) já não apresentava mais quadro de estresse. «O nível de cortisol desse grupo caiu pela metade. O resultado foi tão bom que acabamos criando um curso de treinamento para cuidadores de pacientes com Alzheimer.»

Acesse o link e assista o «Diálogos da Longevidade” no Youtube.

 

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