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O patinete em debate

Foto: Divulgação

Não só no Brasil os patinetes elétricos compartilhados têm sido alvo de discussões, com diferentes regras em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Vitória e Florianópolis. No exterior o clima é o mesmo, com governos e empresas discutindo legislações, condutas e licenças.

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Na verdade, tudo é muito novo no chamado setor da micromobilidade. Antigamente, patinete era brinquedo; hoje o modelo elétrico se transformou em meio de transporte, comercializado por diversas empresas internacionais. Só a startup americana Lime disponibiliza patinetes em quinze países.

O modal está espalhado em várias cidades do planeta, facilitando o ir e vir de pessoas de diferentes perfis. E esse sucesso surge de uma demanda genuína por veículos menores e não poluentes. As grandes metrópoles estão saturadas de poluição e congestionamentos. A média brasileira por veículo é de 1,4 pessoa por carro, e dois terços das viagens são de menos de 5 km, muitas vezes substituíveis por formas mais inteligentes de transporte. O patinete é, sim, uma boa opção. Mas é importante regulamentar o seu uso, para evitar acidentes e manter a segurança nas ruas.

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Campanhas educativas e manuais de boas práticas são bem-vindos, para que as pessoas saibam das vantagens do patinete e compartilhem o espaço amigavelmente. E para que os usuários respeitem os pedestres e os limites de velocidade.

Portanto, a questão não é banir o patinete, mas sim inseri-lo de forma segura, clara e objetiva no espaço urbano, garantindo o bem-estar de todos. Está claro que o ideal é a circulação em ciclovias e ciclofaixas. Calçadas, só se não houver vias de trânsito lento para circular, e em velocidade reduzida. O pedestre é ainda mais frágil e precisa ser respeitado. Há muita coisa para ser discutida, como a carteira de habilitação, o uso de capacete, as multas, os locais de estacionamento e a velocidade. Em Paris, por exemplo, onde circulam vinte mil patinetes, o limite é 20 km por hora nas ruas e 8 km por hora nas calçadas.

O essencial, contudo, é saber que estamos acolhendo uma mobilidade limpa, prática e alternativa e que pode melhorar a vida não só dos usuários, mas de todos nós. Essa é uma verdade inquestionável: uma revolução na mobilidade vem acontecendo no mundo e o carro a combustão não é mais o protagonista. O seu uso mudou drasticamente e novas formas de se locomover têm surgido, tornando as cidades mais agradáveis e saudáveis. E feitas para as pessoas, não para os carros.

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