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O jeito Zema

O governador Romeu Zema começou a testar ontem a quantas anda o seu prestígio na Assembleia Legislativa. Lá, rola o projeto de Reforma Administrativa do governador, que propõe o corte de 21 para 12 Secretarias de Estado, além da redução de pessoal, fechamento de órgãos, fusão de outros, enfim, promessas que Zema fez na campanha. Essa reforma é uma parte do que prometeu, não incluindo aí, por enquanto, a venda de ativos do estado, como as empresas públicas, a exemplo da sempre citada Cemig, Copasa ou Codemig – ou a pirotecnia de venda da frota de aviões e helicópteros do governo. Mas em todo o caso, foi isso o que Zema prometeu na campanha e é isso o que ele está fazendo. Quem votou nele, já sabia disso.

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Mas isso é apenas a ponta do iceberg. Logo depois de empossado, Zema resolveu aderir ao plano de ajuste fiscal do governo federal, o mesmo que o ex-governador Fernando Pimentel recusou por acha-lo oneroso demais para os servidores. A fusão de secretarias, à exceção de uma ou outra, vai dar pano para manga, mas o que vai complicar mesmo é o que mexe com o pessoal. Até por que, embora ninguém fale, a contribuição do servidor ao Ipsemg também vai aumentar, passando de 8% para 14%. É aí que as coisas vão se complicar. Ainda na terça-feira, foram pesados os discursos contra o governo, na Assembleia, em função de uma decisão da administração estadual de acabar, por medida de economia, com o serviço de vigilância nas escolas públicas. A medida foi tomada uma semana antes do atentado contra a escola na cidade de Suzano, em São Paulo. A decisão, aumentando ainda o número de desempregados, caiu mal, com violentos ataques ao governo pela sua, digamos, insensibilidade.

De forma que Zema testa agora o seu poder de fogo junto aos deputados, onde reconhecidamente não tem maioria. O secretário de governo, Custódio de Matos, tenta fazer essa maioria ou reduzir a insatisfação de deputados que se queixam, sobretudo, da falta de maior diálogo do próprio governador com os parlamentares, coisa que Custódio e sua equipe vem tentando desfazer ao promover encontros das bancadas com Romeu Zema. Mas deputado é tinhoso, gosta de proximidade com o poder, adora um afago, e Zema não parece muito chegado a essas coisas não. Vem da iniciativa privada onde a conversa é outra e não pegou ainda o jeitão de fazer política, sobretudo em Minas.

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