Com a mania europeia de dar lição de moral, sobretudo países que não têm essa moral toda, o embaixador da Alemanha em Brasília, Georg Witschel, teve a ousadia de ir ao Palácio do Planalto dar palpites sobre como o governo brasileiro deve se comportar diante de vários temas. Intromissão assim faz os governos chamarem o embaixador petulante às falas. Mas, indagado sobre isso, o Itamaraty fez opção pelo silêncio.
Palavra de especialista
Witschel disse ainda que o governo brasileiro “causa apreensão”, mas, convenhamos, alemães entendem de causar apreensão na Europa.
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Preferência não se discute
Talvez o embaixador preferisse o Brasil presidido por presidiário sem moral, dócil, disposto a reproduzir o que preconiza, em fóruns europeus.
Grosserias europeias
A atitude de Witschel lembra a grosseria da primeira-ministra, logo da poluidora Noruega, dando pito em Michel Temer sobre meio ambiente.
Ninguém se arrisca
O silêncio do Itamaraty talvez decorra de dificuldade de contato com o chanceler Ernesto Araújo, que acompanha o presidente a Davos.
PE: governo dá outra boquinha a gestor desastroso
O presidente do Porto de Suape, Carlos Vilar, finalmente foi demitido, mas não ficou sem boquinha no governo de Pernambuco, onde manda muito o seu padrinho, o notório deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), citado em incontáveis escândalos. Vilar voltou a presidir outra estatal da área, o Porto do Recife. Foi demitido de Suape após esta coluna revelar a nomeação de netas do ex-deputado Pedro Corrêa, preso por corrupção. Mas ele achou pouco e nomeou até a ex-mulher do padrinho.
Separação custa-nos caro
Camila Queiroz Campos, a ex de Dudu da Fonte, virou “assessora da presidência” de Suape, nível DAS-1, ganhando R$ 9.800 por mês.
Governo estranho
No balanço de 2017 do Porto do Recife, Carlos Vilar responsabilizou o governador Paulo Câmara (PSB) por sua gestão desastrosa.
Rolos e bolos
Na Secretaria de Portos, Vilar é “o homem do bolo de rolo”. Não pelos rolos, mas pela iguaria que distribui quando chega com chapéu na mão.
Vazamentos
O Palácio do Planalto anda intrigado com a mudança do Coaf antes da posse de Bolsonaro, deixando para trás vinte anos de eficiência e discrição. Agora desmoraliza primeiro, para o MPF perguntar depois.
De volta à fila
O líder do MDB na Câmara, Baleia Rossi (SP), ficou um tempão na sala de espera do 4º andar do Planalto, ontem (22). No governo Temer, tinha trânsito livre. Agora é preciso ter paciência e aguardar a vez.
Diplomatas cortesãos
Não se confirma a temida “caça às bruxas” no Itamaraty, empesteado de petistas. Nem se espera deles sabotagens. “Somos todos cortesões”, diz um diplomata. “Vamos obedecer o novo governo. Como os milicos.”
Novo velho amigo
O chanceler Ernesto Araújo designou Alexandre Ghisleni, da turma de Celso Amorim, de triste memória, para o recém-criado Departamento de Promoção do Agronegócio. “Ghislene vai virar o melhor amigo da ministra Agricultura, quer apostar?”, desafia experiente embaixador.
Daqui não saio
Presidente do Inmetro há anos, Carlos Augusto Azevedo continua ocupando o cargo, apesar de seus críticos acusarem ligações ao PT. Por isso cresce no Planalto o movimento para sua imediata exoneração.
Nação paulista
O governador João Dória levou ao Fórum Econômico Mundial, onde faz duas palestras, a apresentação de um vídeo “Uma Nação chamada São Paulo”, que responde por 33% do PIB brasileiro. Mais que a Argentina.
Presidente Novo
O deputado federal eleito Marcel Van Hattem (Novo-RS) lançou esta semana candidatura própria à Presidência da Câmara dos Deputados. O partido tem uma bancada de oito parlamentares na Casa.
Descortesia
Houve na família de Bolsonaro quem não gostasse da declaração do general Mourão, saudando a derrota do Botafogo. Interpretaram como uma certa despeita contra o capitão presidente, que é botafoguense.
Pensando bem…
…o que antes era cobertura jornalística, hoje mais parece uma cruzada.
iiii