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A combinação intermodal

Em conversa com o Pro Coletivo, André Trigueiro, um dos mais importantes jornalistas ambientais do país, fala sobre a mobilidade sustentável

Jornalista premiado por suas reportagens e séries ligadas à temática socioambiental, editor-chefe do programa semanal “Cidades e Soluções”, exibido na Globo News desde 2006, André Trigueiro é focado 100% na sustentabilidade.

O tema não é apenas a espinha dorsal de seu trabalho, ele também faz parte do dia a dia do comentarista, escritor e palestrante, que procura ser um consumidor consciente. Trigueiro discrimina plástico descartável em todas as suas resoluções, não usa canudo, rejeita embalagens de isopor, recicla e tem um minhocário em casa. Para se locomover, ele usa um carro mil cilindradas que não lava (no máximo uma vez por ano e com água de poço) e só abastece com etanol por ser menos impactante para o clima. “Não consigo me deslocar de bicicleta no Rio por causa dos meus trajetos e do trânsito enlouquecido e ameaçador da cidade”, ele diz.

Na sua opinião, a mobilidade sustentável envolve uma série de parâmetros: “Ela significa transporte público de massa eficiente, barato e rápido, com o menor consumo possível de combustível fóssil, e com eletrificação dos modais de transporte”. Mas não é só. Trigueiro frisa que o mais importante de tudo isso é o planejamento, que irá propiciar a complementação dos diferentes modais de transporte. “Dessa forma, não haverá disputa por passageiros, mas sim uma sincronia que permita que bicicleta, skate, patinete, ônibus, táxi, uber, metrô, trem, barca, VLT e ponte possam combinar rotas e horários”. Assim, segundo ele, o usuário tem a possibilidade de planejar seus deslocamentos por etapas complementares.

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Sonho impossível? Lógico que não. Como lembra André Trigueiro, isso já é realidade em boa parte do mundo.

“Onde não há planejamento para essa combinação intermodal, nós percebemos com muita clareza a falta de inteligência na mobilidade, que torna tudo mais caro e desgastante para as pessoas.”

“É perfeitamente possível no longo prazo combinar caprichosamente essas peças no mesmo tabuleiro”, afirma o jornalista e escritor, nos trazendo uma sábia reflexão, que deveria pautar governos e políticas públicas de mobilidade e urbanismo.

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