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Começa a transição

Deve começar efetivamente amanhã o processo de transição do governo Fernando Pimentel para o de Romeu Zema. As comissões nomeadas pelos dois governadores, o que está saindo e o que vai começar, vão se encontrar na sexta-feira e a partir daí a troca de informações vai começar a rolar, com a exigência do representante de Zema, vereador Mateus Simões, para que o fluxo de informações seja rápido. O que Simões quer é que o governo não leve os cinco dias necessários para que isso ocorra. Ou seja, assim que o pedido chegar e que a secretaria entreguar a resposta, se ela não estiver completa, que não seja necessário um novo prazo de cinco dias, mas que a comissão vá direto às fontes, sem necessidade de novo pedido. Não sei se a comissão de transição permitirá essa liberalidade.

Mas é que havendo uma comissão nomeada para isso, com prazos formais, talvez o governo queira cumprir essa formalidade para evitar informações truncadas, ainda mais em temas delicados como a situação financeira do Estado, que deverá exigir explicações não apenas de ordem técnica, como também política. Um dos dados que merece explicação detalhada é, por exemplo, aquela proposta do governo Pimentel para o encontro de contas entre o que a União deve a Minas e o que Minas deve à União. Os dados preliminares do governo mineiro apontavam para um troco líquido para Minas Gerais superior a R$ 60 bilhões, sendo que desse montante 60% iriam para os municípios e 40 % para o Estado.

Mas não se restringe a isso, evidentemente, o que as duas comissões vão examinar. O déficit do estado, que ninguém sabe exatamente em quanto está hoje, por exemplo, vai ser outro tema exaustivamente esmiuçado. E mais do que isso. A comissão de Romeu Zema vai querer saber como o governo Pimentel recebeu as finanças do Estado, em 2014, com um rombo de mais de R$ 7 bilhões – de onde veio esse déficit orçamentário? Mais: por que centenas de obras foram paralisadas em todo o estado assim que Pimentel derrotou Pimenta da Veiga, há quatro anos. É para isso que servem as comissões de transição. Para esmiuçar o presente e buscar explicações no passado, ate para que não fiquem dúvidas para o futuro. Aliás, era isso que Pimentel deveria ter feito ao assumir o governo e não apenas apontar o déficit orçamentário: levantar todas as contas do Estado, numa espécie de auditoria, porque assim não restariam dúvidas. Que Zema aprenda a lição.

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