Se engana quem pensa que os filhos pequenos não estão nem aí para a política. Com o país tão dividido, é claro que o assunto também é pauta para eles. Os adultos podem até não perceber, mas as crianças estão atentas ao que escutam. E querem entender que confusão é está que está rolando. Por que os pais, os tios, os amigos da família andam tão exaltados quando falam sobre as eleições. Cientista política e pós doutorada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Daniela Rezende dá cinco dicas para os pais sobre como falar sobre política com os filhos.
Na dose certa: Responda as perguntas na medida em que elas forem formuladas. Nesses momentos acalorados como pré-eleitoral, é comum que os pais falem mais do que os filhos têm maturidade para entender.
“Desenhe”: Recorra a metáforas, jogos, histórias da própria família para fazer a criança entender como funciona o jogo da política. Qualquer escolha de um líder, num universo que ela domina, ajuda a criança a entender o que é a eleição de um político.
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Faça o que é certo: Ensine as crianças o que anda meio difícil de ver entre os adultos: o respeito a opiniões diferentes. Não faz sentido seu filho isolar um coleguinha que defende o candidato do pai dele (que não é o seu). Mostre que é possível conviver com a divergência. Combata discursos de ódio.
Criança não se posiciona: Fale sobre política com seus filhos, responda as perguntas deles. Mas, de modo algum, espere – muito menos cobre – que eles se posicionem politicamente. Seu filho precisa do contato com diferentes pontos de vista para se sentir livre, lá na frente, para ter a própria opinião (que pode não ser a sua).
Não contamine: Não deixe que seu desalento com a política brasileira contamine seu filho. Não transfira sua desesperança para ele. O país precisa de crianças que cresçam acreditando no potencial que têm de promover mudanças – inclusive na política.