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Diálogo retomado

Teria sido melhor do que se esperava a conversa ontem entre o governador Fernando Pimentel e o deputado Saraiva Felipe, presidente da Comissão Provisória do MDB, que se fazia acompanhar do presidente da Assembleia, Adalclever Lopes, declarado pré-candidato do partido ao governo do estado. A presença de Adalclever na conversa foi entendida também como um sinal de distensão entre o MDB e Pimentel, pois desde abril os dois não se falam, interrompendo uma relação que vem desde o início do governo.

É evidente que a conversa girou em torno da retomada da coligação PT-MDB, peça fundamental na sustentação do governo Pimentel não só na Assembleia Legislativa como na própria ação de governo, sobretudo a partir do rompimento do vice-governador, Antônio Andrade, com o governador, quando o presidente da Assembleia passou a controlar o ambiente parlamentar para alívio de Pimentel, que passou a se preocupar mais ainda com a crise financeira do Estado, atribuída pelo governador à herança do governo tucano.

A propósito, na semana passada, o candidato do PSDB ao governo do estado, Antonio Anastasia, defendeu os governos tucanos que passaram pelo Palácio da Liberdade e criticou com mordacidade a crise financeira do Estado, atribuindo-a à incapacidade do governo atual de melhor administrar Minas Gerais. O governador Fernando Pimentel não deixou por menos e atacou Anastasia e os governos tucanos de desperdício de dinheiro público na construção da Cidade Administrativa, uma obra iniciada por Aécio Neves para marcar sua administração. Pimentel classificou a iniciativa como desnecessária e exemplo de desperdício. A troca de farpas entre os dois candidatos não apenas sinaliza a bipolarização da campanha, que interessa aos dois, como dá o tom da campanha eleitoral que se aproxima.

Daí a importância para Pimentel, sobretudo, da retomada do diálogo com o MDB que vem se aproximando do PSB de Marcio Lacerda, com perigo para a reeleição do governador. Na expectativa tanto dos partidários de Marcio como do próprio MDB, uma possível coligação entre os dois grupos poderia oferecer ao eleitor mineiro a perseguida terceira via, algo que não se vê em Minas há duas décadas. Se a conversa de ontem foi boa, como dizem os dois lados, a terceira corre o risco agora de ser bloqueada. É acompanhar a intensa movimentação partidária dos bastidores.

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